Eis eu aqui! Em meu porto
seguro. Preso. Eu mesmo!
Não movimento uma, única
palha. Estou confortável, e
isso basta. Para o dia de
hoje!
Assim passam lá fora. Flores
perdem o brilho e o encanto.
Aves encontram nova aurora.
Eu na arte do desencontro
Meu conforto é assim, todos
sabem de menos de mim...
E as vezes me atrevo. Fugir
(Cair fora de mim mesmo!)
Vida minha, que tanto falo,
E tão pouco faço. Quero o
ar,
quente de um largo abraço...
Contar pro mundo minhas
alegrias
Enfrentar as minhas quimeras
E abrir a porta, em uma
palavra
E lhe recitar, uma Primavera!
(Iberê Martí)