sexta-feira, 31 de agosto de 2012




Tantos sonhos escondidos
Lá no fundo- bem no fundo- de cada olhar
O medo é a prisão deste mundo
Reprime nossas líricas possibilidades
Há liberdade nas ilusões?
E quando se aprende a ler: o Ser
Quando o amanhã "desimporta" o tempo
O vento é que é relativo
E o espaço é apenas uma condição
Vibra... vibra e vibra: emite ondas de evolução
Inventa seu próprio destino
A  vida simples e sutil
Sem capsulas; só batidas de emoção no coração!


(Iberê Martí)



Êta, cidade
Suas meninas safadas
Seus professores orgulhosos
Suas festas apertadas
Seus xistudinhos gordurosos

Êta, cidade
Seus policiais truculentos
Suas montanhas gigantes
Seu verão calorento
Seu inverno congelante

Êta, cidade
Suas bichas purpurinas
Suas velhas fofoqueiras
Suas marias gasolina
Sua plebe maconheira

Êta, cidade
Seu PA, sua praça, seus bancos
Seu bom ano, suas férias triste
Seus trancos, seus barrancos
Sua matriz ao lado do bar cisne

Êta, cidade
Sua Universidade
Suas escolas, seus ipês
Seu universo, sua verdade
Seus senões, seus porquês

Êta, cidade
Já é um capítulo a parte
No livro da minha vida
No livro desta cidade
Sou uma palavra perdida


(Stéphano Diniz)






Vou pro alto da montanha, não vou ouvir nenhuma profecia
Vou ouvir o vento da manhã, vou sentir no rosto a brisa fria
Vou deixar o uniforme, deixar de fazer barba, de preocupar
Vou antes que eu me forme, antes que eu precise trabalhar

Posso parecer competente, posso parecer bem responsável
Posso parecer decente, escovo dente, uso pente, fico amável........afável
Posso trabalhar no dia a dia, estarei enganando a sociedade
Posso me enganar a revelia, me verei esquivando da verdade

Mas o dia dos uniformizados depressivos está chegando
A profecia nestes livros usados esquecidos se realizando
O Apocalipse, o momento do julgamento, do juízo final
Quem não ver o eclipse, não sentir o vento, ficará mal
Quem não estiver no alto da montanha na hora H
Falhará, quem não estiver na montanha na hora H
Falhará


(Stéphano Diniz)




Foi quando eu disse a ela duas verdades
Que eu já a amei e hoje quero liberdade
Ela chorou maldizendo meu antigo amor
O rei está nu porque sentiu muito calor

Pois parece que ela não percebeu nada
Que as verdades estão todas vinculadas
Em um determinado período de tempo
E as verdades são levadas pelo vento
Depois fica só
Só mais uma lembrança
E pó


Já foi a moça mais bela de toda cidade
Mas hoje eu a namoro por comodidade
Quando ela ouviu a verdade ficou brava
Disse que era mentira que eu a amava

Mas comigo ela não aprendeu nada
Que as verdades são todas lastreadas
Em um determinado período de tempo
E esse amor foi levado pelo vento
Hoje é só
É só mais uma lembrança
E pó


Eu amei toda hora que estive com ela
Mais amores que a gente vê em novela
Ela pensava que meu amor era eterno
Mas depois de todo verão tem inverno

O tempo passava e ela não via nada
Que as verdades estão todas atadas
Em um definido período de tempo
E essa canção será levada pelo vento
E será só
Será só mais uma lembrança
E pó

(Stéphano Diniz)




O vermelho dos meus olhos vem do verde da natureza
No universo dinâmico de harmonia e equilíbrio astral
As lágrimas dos meus olhos vêm de tamanha tristeza
Ao perceber o pânico do povo com minha paz celestial

Crime é roubo, agressão, estupro, morte, assassinato
Pecado é inveja, raiva, avareza, maldade, ingratidão
Quando o cidadão tenta a sorte tenta ser feliz de fato
O privam da natureza, é forçado, condenado à reclusão

Mas o dia há de chegar, em que nós viveremos em paz
O povo enxergará que cada um tem o próprio caminho
Os homens de bem não se machucarão com flores mais
As mais belas rosas não precisarão mais ter espinho

Nossa não-luta é mais forte, nosso mundo de cores
Nosso exército de sacis, fadas, unicórnios e quimeras
Eles podem ir ao jardim, deter uma, duas, três flores
Mas nunca conseguirão deter toda a primavera

(Stéphano Diniz)

quarta-feira, 22 de agosto de 2012





Um dia, cercado de perguntas inúmeras,
A antimatéria, a escuridão, a Nuit eterna do tempo
Orgânico corpo em um sono profundo
Sonhos formulando suas respostas,
O Consciente Principio me indagou um segredo:

- o que faz o seu coração vibrar?
A monotonia ao som da gaita 
ou a disritmia no nosso equilíbrio pêndulo

- o que faz o seu coração vibrar?
A Águia que risca o céu hipnotizando sua presa 
ou o risco na pressa

- o que faz o seu coração vibrar?
A paciência de Abelha a degustar o mel 
ou a perfeição nos hexágonos favos a confeitar

- o que faz o seu coração vibrar?
A Cigarra que anuncia prematuramente as chuvas 
ou a desconfiada expectativa

- o que faz o seu coração vibrar?
A teimosia das águas a modelar os Morros “turrões” 
ou a incerteza do que se modelará

- o que faz o seu coração vibrar?
O mistério no enigma da Serpente 
ou o medo em descobrir inofensivo veneno

- o que faz o seu coração vibrar?
A presença das Estrelas em noites sem luar 
ou lado obscuro da alma

- o que faz o seu coração vibrar?
O Sorriso singelo único e singular 
ou a probabilidade se é seu e exclusivo

- o que faz o seu coração vibrar?
A Esperança que brilha aos olhares lançados 
ou desencontro no desejado olhar

- o que faz o seu coração vibrar?
O pote-de-ouro 
ou as cores no Arco-íris que enfeita a imaginação

- o que faz o seu coração vibrar?
A verdade na voz de Criança a buscar 
ou a inocência no conhecimento presente

- o que faz o seu coração vibrar?
O amanhã distante em cada destino 
ou a solidão na escolha do caminho errante

- o que faz o seu coração vibrar?
O calor saudoso no abraço de quem se tem saudade 
ou a sua ausência pensar

- o que faz o seu coração vibrar?
O vento forte empurrando a gravidade na montanha mais alta
ou a dimensão atômica de nosso tamanho

- o que faz o seu coração vibrar?
A certeza na morte 
ou a indecisão de que “tonto” viverá

- o que faz o seu coração vibrar?
A ilusão entre os polos contraditórios no prazer 
ou a paz almejada na Felicidade

- o que faz nossos corações vibrar?
O Simples Viver que aguça os sentidos e que amplia a visão:
Que Universo indiferente cheio de gente e gente a tentar, 
no querer, vibrar!

(Iberê Martí)

terça-feira, 14 de agosto de 2012



Havia tantos pedaços de estrelas
Ali bem pertinho: daqui ou acolá...
E, no Céu um Cantinho conheci
No dia sem tempo e sei lá por qual caminho de palma
Riscado o destino dos que são meus a confiar
A procedência tortuosa de cada espinho...
 e calos calados
Amarra a garganta dos semelhantes e seus desconhecidos
Atenta os ouvidos a paz nas melodias dos passarinhos...
Despertam o sol, soltos e livres: acordam os sonhos a cantar!
Feitio livre a liberdade do ventre
Tantas árvores, quanto amor e berço alegria
Lições dos demais ... competências de vidas que há;
 e que ainda não conheci
Cantinho, cantinho o céu aqui é mais azul do que lá?
Por que será... Talvez reflexo da Ibituruna que faz Bico
A persistência de pétala rosa e, amanhã? que fruto germinará
Ensina a “emergência” em resistir aos desdobrares dos ventos
Entende de tudo: “mundo que é Mundo de tudo terá”
“Creia em deus pai”; meu amigo e a companheira
Rico mineiro desprendido nos vales e grotas
Limite os montes, ilusões e horizontes
Quem tem azas e Pentes nas camadas de ar quente, Para!
Voa maneiro, feito pluma ou pena,
seguindo o cheiro no brilho de um novo Luar
Ao som da energia que move e diz: "nunca é tarde para ser feliz!"

(Iberê Martí)