sexta-feira, 29 de novembro de 2013

AUTENTICIDADE


Que nossos corpos nos deem conforto no frio, 
que sejam prazer no suor, 
fonte de arrepios
prova viva do amor.

Que sejam o veículo de contato de nossa alma com o mundo,
que a gente o ame, 
que a gente o cuide, 
que a gente o aprecie,

Tenha certeza da beleza que existe em você,
não se maltrate por um padrão imposto,
Negue-se a ser uma negação de si mesmo,
seja a autêntica pulsão de seu próprio ser...

Ame a si e ao próximo,
Veja a beleza que ultrapassa a aparência,
Negue-se a entrar na  cadeia de produção de corpos "perfeitos",
Lute para que não haja mais mortes e tristezas por não ser padrão...

Lembre-se que somente o corpo que você possui, 
Pode expressar quem você é.
Que o seu corpo esteja a seu serviço,
E não você a serviço dele...

Que seu corpo seja o meio de registrar sua vida,
Que ele possa espelhar sua história,
Que ele conte sua idade, suas perdas, suas conquistas,
Que ele seja seu livro aberto, desnudo, exposto para o mundo...

Que seu corpo seja o meio de alcançar seus sonhos e desejos...
Que ele seja sempre o meio e não o fim.
Que ele contenha você e te seja fiel,
Que ele te liberte e não te aprisione...

Se orgulhe das marcas de expressão, são a prova que você viveu,
Se orgulhe de suas cicatrizes, são provas de que você resistiu,
Somente o corpo que você tem pode expressar sua vida,
Ninguém vive pra você, então não viva para os outros!

(JOANA CAJAZEIRO)

Como as Mulheres estão lindas!

O padrão de beleza, tanto feminino quanto masculino, varia de acordo com a sociedade, com a cultura, com a época, de pessoa pra pessoa. Nosso padrão de beleza remete aos gregos: basta lembrar daquelas estátuas de homens musculosos e altos, e mulheres magras, com seios fartos, cintura fina e quadril aberto. No fim das contas, existe um padrão estético cultural mais ou menos definido. Os que se aproximam disso são considerados mais sedutores, ao contrário dos que se distanciam dessa faixa, considerados – coitados – feios.
O primeiro grande selecionador dos mais e menos atraentes sempre foi a hereditariedade combinada com o acaso. Pega-se as características herdáveis dos progenitores, joga-se numa loteria genética e tem-se o resultado. Pessoas saem belas ou não.
O segundo grande selecionador é o comportamento das próprias pessoas – a simpatia, o carisma, o modo como se veste, os adornos que utiliza. Mas a vaidade nunca foi o pecado capital preferido do diabo. Parece que, de um tempo pra cá, virou o pecado – ou benção – entre as mulheres.
Até pouco tempo atrás, era fácil distinguir as mulheres bonitas das feias. As bonitas, de cabelos arrumados, belos olhos, boca sedutora, magras e de belo corpo. As feias, geralmente com algo de assimétrico ou que destoa – um nariz grande, dentes estranhos, quilos a mais. Para consolo dos perdedores da loteria genética, tentava-se minimizar este fato. Dizia-se que o importante mesmo é beleza interior, de nada vale a beleza se nada vale a pessoa. Nada mais correto, mas porque não admitir que existe gente mais e menos bela? O grande e eterno mestre Vinícius de Moraes, em seu tempo e com razão, disse: “Que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental”. Quebrou tabu em sua época, mas... hoje poderia não estar tão certo.
As mulheres se tornaram independentes. Começaram a ter o próprio dinheiro, as próprias vontades. A vaidade veio junto. Se tornou acessível melhorar o sorriso, basta consultas no dentista. Ir ao cabeleireiro também se tornou coisa fácil. Produtos estéticos nunca estiveram tão baratos, como batons, colares, maquiagem. Roupas também. Sapatos diversos, sandálias, saltos. Até mesmo algumas cirurgias plásticas, como lipoaspiração e implantes de silicone. Para manter o belo corpo, academias de ginástica ficaram também comuns, bem como produtos com poucas calorias. Com o aumento da qualidade de vida e avanços da medicina, mulheres conseguem driblar as judiações do tempo, as “quarentonas” ou até “cinquentonas” estão mais belas. E as garotas estão ficando vaidosas cada vez mais novas.
O resultado de tudo isso é que as mulheres estão mais bonitas. Meu Deus, basta sair nas ruas e observar como as mulheres estão bonitas! Arrumadas, vaidosas, cheias de vida. Radiantes, maravilhosas, lindas, belas. Como as mulheres estão bonitas! Pena que o mestre Vinícius de Moraes não pode apreciar estes tempos!


(Stéphano Diniz Ridolfi)

Poeminha descalço


hoje eu ri,
eu rio todo dia, mas hoje foi diferente
hoje eu andei,
eu ando todo dia, mas hoje foi diferente
hoje eu vi o sol
sei que  o sol está no céu todo dia, mas hoje foi diferente
hoje eu comi,
eu como todo dia, mas hoje foi diferente
hoje eu lembrei,
eu lembro todo dia, mas hoje foi diferente
hoje eu respirei fundo
eu respiro fundo todo dia, mas hoje foi diferente

hoje eu ri quando meu cachorro correu quando me viu
eu andei de pe no chão
vi o sol nascer e se pôr
comi goiaba bichada de um pé que eu achei no caminho
lembrei de como era viver cansado
respirei fundo, mas hoje não foi pra manter a calma

hoje eu sonhei andando
eu sonho todo dia, mas hoje não foi sobre me mudar



(Mário Paulo Alves Hennrichs)

FLUTUE


Ouça o som do silêncio,
Se deixe envolver,
Solte o seu corpo,
Se deixe viver...

Deixa voar sua alma,
Deixa bailar...
Aos encantos do mundo,
Deixe ela se entregar..

Seja o melhor de si mesmo,
E sempre melhor,
Seja pulso da vida,
Seja maior!!!

Viva sua liberdade,
Liberte-se então,
Tenha a mais linda coragem,
Desfrute o que é bom!!!

Não entre no jogo do julgamento,
Pare de condenar,
Seja livre de preconceitos,
Se deixe flutuar!!!!

Se faça leve,
Se faça amor,
Se faça sorte,
Afaste a dor!

(Joana Cajazeiro)

Um Dia


Um dia
Eu senti tudo à minha volta
Percebi, compreendi
Que nada estava igual
E tudo diferente
Apenas Eu...
Concepções e sonhos
(Jamais esquecerei meus princípios)
Foi então que acordei
E voltei pra Ilusão
Pro paraíso dos
Sonhos
Eita Mundo normal


(Iberê Martí)

COMO SER FELIZ!!!!


A felicidade não está nas necessidades, porque se assim fosse, ninguém seria feliz!!! As necessidades mudam, crescem, metamorfoseiam-se... Estamos numa sociedade que cria em nós cada vez mais necessidades.... Sempre necessitamos de algo que não precisamos... 

A felicidade está simplesmente no fato de que podemos ser! Sim, você é feliz, simplesmente porque existe, porque em você habita o pulsar de vida, que te permite sentir o sol, se molhar com a chuva, se relacionar com as pessoas, se alegrar, sentir dor, sofrer!!! Sim, é possível ser feliz até no sofrimento, somente pelo fato de que você existe e é capaz de sentir esse sofrimento... é abençoado de uma maneira incrível que pelo seu corpo e sua alma você pode ter a experiência das mais variadas sensações...E isso, em si, é uma dádiva... a maior das dádivas! Fuja das necessidades... elas só tem, em si, o poder da infelicidade!

(JOANA CAJAZEIRO)

Bom Dia


Hoje eu acordei e só queria dar bom dia
Mas já não tive tempo por causa da rotina
O tempo me lembrou que nem tudo é poesia
Talvez seja o meu destino, a minha sina
Correr contra o tempo, com alma vazia
Em vez d'água do mar, lágrimas na retina
Sede na boca em vez de lábios bonina
Cultivando o que restou da melancolia

O passado é tão imprevisível quanto o futuro
O presente se passou mais rápido que um raio
Toda vez que me bate o velho medo do escuro
No precipício escuro da minha mente eu caio
Em transe, me sinto preso, cercado de muros
Meu corpo confinado, alvejado, com mil furos
Como as folhas que caem das árvores em maio

Vejo a foto da "gente jovem reunida", curtindo
Reunidos, felizes, a saborear a própria juventude
Tem aquela loira com cabelo atrapalhado, sorrindo
Seu óculos escuro grande, sua beleza e sua saúde
Hoje o tempo levou a garota, seu rosto tão lindo
Só restou a lembrança e a foto desbotada, caindo
Aos pedaços, como as amizades, a ex-maior virtude

Mas eu resisti, saí para a rua, fui caminhar
Dei bom dia pra um mendigo e pra um vira-lata
E o sol cresceu, no meu caminho, a iluminar
O vento no meu rosto refrescou como cascata
E eu vi que é pra frente que tem que olhar
E quem não vai pra frente, o tempo mata
Resolvi naquele dia aposentar minha gravata
E ir pra praia, nadar nas águas do mar


(Stéphano Diniz)

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O Homem da Chuva


Ontem eu cortei o cabelo
Ontem eu segurei a Liberdade em minhas mãos
Entre os dedos calejados...
Meu punho fechado, alçado ao alto
Meu braço, caiu a resistência, meus cachos e mechas
Minha sina, descabida
Provei Nada. Desaprovei Tudo.
Não ensinei aos meus discípulos,
Doutrina
Nem me entreguei ao sistema
Nossos filhos são o que são:
Frutos do mundo, parte de nós, feto um tanto maduro
Tampouco tomei proveito da ocasião
Não...
A Chuva ainda é minha melhor amiga
Companheira
Apenas demonstrei, no momento oportuno
Que meu Amor por Ela:
Maior que o Infinito!


(Iberê Martí)

DINÂMICA CRIAÇÃO


O mundo é torto
o mundo é vasto
o mundo é fluido
o mundo é indecifrável,

O sentido de quem o criou o mundo muda,
toda vez que nos mudamos.
Somos dinamicamente construídos,
e reconstruídos com o nosso Criador...

A pergunta quem eu sou não cabe.
Definições não existem na fluidez.
Não há uma só resposta,
tudo é muito mais que um...

Somos um eu compartilhado,
fruto de comportamentos sociais,
fomos criados unitários em conjunto,
e somente no conjunto nos fazemos seres individuais.

Somente no conjunto o eu-mim se encontra,
pois ele se significa no eu-nós...
nada se justifica por si a si mesmo,
somos seres de trocas relacionais...

Somos a antítese entre vida e morte,
somos o paradoxo do um no todo,
somos o eu em movimento,
sempre iguais, nunca os mesmos...

(JOANA CAJAZEIRO)


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

AMOR PRÓPRIO


Me procuro e me perco,
Difícil me achar se nunca fui um,
Mistura de dois foi em mim formada,
E agora não sobrou nem dois, nem um...

Em meu corpo há cacos e destroços,
Partes que sofridamente tentam se juntar.
Toda vez que é refeito o vaso,
Aparecem logo pedaços fora do lugar...

Em meu tempo, preciso ser eu agora,
Para depois ser eu-nós e não nós-eu,
Para que minha identidade não se vá embora,
E ninguém se perca de seu próprio ser...

Sou o antes e o depois da despedida,
Como o tempo contado a partir de Jesus,
Antes senti a mais viva e pura alegria,
E agora a dor e o sofrimento da desilusão...

Nesse tempo, de tudo aconteceu,
Você me abandonou e eu me abandonei...
Agora decidi renovar os votos do matrimônio,
Entre eu mesma e o meu ser....

Decidi não sofrer mais com tudo,
Me amar em qualquer situação,
Serei pra mim minha melhor companhia,
Ficarei comigo seja o que for...

De tudo isso, aprendi com a vida,
Que o amor infinito e incondicional,
Só pode ser prometido e cumprido por todos os dias,
Se for dedicado ao nosso próprio coração...


(JOANA CAJAZEIRO)

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A Poesia


A poesia me ensinou enxergar
Melhor maior, e a diminuir o pesadelo dos dias
A poesia me mostrou mundo ao avesso retina
Me libertou da maldade, me salvou da vaidade
[me privou da saudade, me encantou com olhar]
A poesia me levou até a sabedoria,
ponte do sonhar, a poesia é infinita
Me fez reclamar em silêncio, resmungar
[palavra por palavra, ao pé do ouvido]
A poesia me trouxe o esquecimento de inimigos
Me privou do medo, me acolheu como amigo
A poesia me fez caminhar sobre espinhos e brasa
Me pôs em alerta, esperta me colocou no caminho
A poesia me contaminou feito sal em água de mar
Me praticou com o olhar inocente dos animais
Me fez ser do bem, me fez sentir bem, me fez querer mais
A poesia falada, a poesia jogada, poesia largada
A poesia miscigenada, poesia encantada, o poeta a cantar
Poesia que oxigena, que transpira respira e transborda
Quando suspiro em soluço, me perco e te busco
No fundo da alma, na fonte do espirito, no abismo
Caio e aprendo (não me arrependo), e com a poesia
- eu aprendi a Amar. Alimento que me mantém VIVO!


(Iberê Martí)

A Chuva


            A chuva cai, e leva barracões em encostas. Leva frio aos desabrigados. Atrasa obras. Desmarca encontros, desencoraja aventuras, desanima viagens, faz as pessoas ficarem mais quietas e mais tristes em casa. A chuva traz o desânimo ao ser humano moderno, tira o brio e a vontade do homem de fazer qualquer coisa, a não ser se refugiar em algum lugar mais ou menos confortável.
            Por outro lado, a chuva volta pra terra, e é anunciada por animais que cantam a sua vinda; abaixa a poeira, limpa as plantas, enche rios, dá água a quem precisa e a natureza agradece. A chuva mantêm o homem quieto e longe da natureza. E ainda deixa o cheirinho de chuva, no mato. Quem é da roça sabe bem disso – eu não sou da roça, mas me contaram um dia e eu acreditei.
            O homem, nessa mania incessante de querer vencer a natureza, ainda não venceu a chuva. E não vai. A chuva é prova disso. Além de molhar, esfriar e nos resfriar, nos tira o espírito da coragem, que nos leva sempre a frente. Nos tranca em casa. Nos tira aquilo que mais prezamos: a liberdade. Mas não vamos quebrar a cabeça tentando encontrar uma forma de driblar a chuva. Vamos aceitá-la, assim como já deveríamos ter feito com outros elementos da natureza. A chuva nos coloca em nosso devido lugar, e vamos nos colocar lá também. Dá próxima vez que chover, alegre-se. Ouça os sapos, as cigarras e o canto de outros bichos, mesmo que não haja tais animais por perto. Saia na chuva e deixe-se molhar por inteiro. Sinta-se bem. E após a chuva, pense na vida que ela (re)trouxe, e sinta o “cheiro de chuva” – mesmo que esteja na cidade.


(Stéphano Diniz)

Amor amargo

Amor amargo


I

Quero um Amor
Um amor “e-mail”
Amor recortado
Amor doce
Amor salgado
Um amor inocente
Amor de pecado
Amor sem divisas
Amor sem cercado

II

Quero um Amor
Amor completo
Amor fragmentado
Um amor inútil
Amor desventurado
Amor alegre
Amor descompromissado
Um amor de ferida
Amor feriado

III

Quero um Amor
Amor que falte
Amor segregado
Um amor careta
Amor descarado
Um amor junto
Amor falado
Um amor escrito
Amor largado

IV

Quero um Amor
Amor simples e seco
Um amor molhado
Amor de pedinte
Amor complicado
Um amor com cara,
de quem pede fiado
Um amor de ouvinte
Falastrão e calado

VI

Quero um Amor
Amor oxigênio
Um amor adequado
Um amor cego
Amor alienado
Um amor que transborde
Amor minguado
O amor de meus pais
Amor arranjado

VII

Quero um Amor
Amor sem fronteiras
Amor camuflado
Amor dos amantes
Um amor inflado
Amor corda
Amor atado
Um amor frouxo
Amor apertado

VIII

Quero um Amor
Amor sem prumo
Amor balizado
Um amor terra
Amor de arado
Um amor jovem
Amor irado
Um amor velho
E nunca cansado

IX

Quero um Amor
Amor carente
Amor transportado
Amor de gente contente
Amor intercalado
Amor gradativo
Amor equilibrado
Um amor ascendente
Amor suado

X

Quero um Amor
Amor lindo e belo
Amor adornado
Um amor chato
Amor arrumado
Um amor feio
Amor mal falado
Amor animal
Amor vasculhado

XI

Quero um Amor
Amor translúcido
Um amor viajado
Amor grito
Um amor brado
Amor sorriso
Amor dourado
Um amor infrator
Amor admirado

XII

Quero um Amor
Amor redondo
Amor quadrado
Um amor magro
Amor escaldado
Um amor baixo
Amor inestimado
Amor profundo
Amor inexorado

XIII

Quero um Amor
Amor de rede
Um amor safado
Amor presunçoso
Amor guardado
Amor de guerra
Um amor atentado
Amor tímido e íntimo
Amor rebuscado

XIV

Quero um Amor
Amor de alquimista
Um amor formulado
Amor doentio
Amor examinado
Um amor de gramática
Amor predicado
Um amor quente
Amor resfriado

XV

Quero um Amor
Amor matemática
Um amor calculado
Amor de poeta
Amor inesperado
Amor profeta
Amor declamado
Amor sonhador
Amor rabiscado

XVI

Quero um Amor
Amor de genética
Um amor melhorado
Um amor de ciência
Amor diplomado
Um amor de essência
Amor misturado
Um amor de Platão
Amor ignorado

XVII

Quero um Amor
Amor de canção
Amor recitado
Amor de paixão
Amor subordinado
Um amor de ilusão
Amor escancarado
Amor de novela
Amor desnovelado

XVIII

Quero um Amor
Amor de sonho
Amor semeado
Um amor em delírios
Amor alucinado
Amor sem trilhos
Amor desregrado
Um amor de colírios
Amor acinzentado

XIX

Quero um amor
Um amor de gente
Amor inventado
Amor que se sente
Amor desnaturado
Um amor indecente
Amor sem culpado
Amor livre
Amor dos amados

XX

Quero um Amor
Amor orgânico
Amor depositado
Um amor sistêmico
Amor arraigado
Um amor de raiz
Amor do passado
Um amor perdiz
Amor avoado

XXI

Quero um Amor
Amor de boteco
Amor aloprado
Um amor de serpente
Amor prolongado
Um amor de magia
Amor assustado
Amor de infância
Amor inocentado

XXII

Quero um Amor
Amor de rebelde
Amor conspirado
Um amor de prudente
Amor planejado
Amor demente
Amor jogado
Um amor singelo
Amor inspirado


XXIII

Quero um Amor
Amor vagalume
Amor iluminado
Um amor sem caprichos
Amor descompassado
Amor de matéria
Um amor indelicado
Amor de artéria
Amor inexplorado

XXIV

Quero um Amor
Amor de elementos
Amor encaixado
Amor de cimento
Amor solidificado
Um amor de fogo
Amor gaseificado
Amor permitido
Um amor inexplicado

XXV

Quero um Amor
Amor de amigos
Amor encontrado
Um amor sem juízo
Amor desmitificado
Um amor deprimido
Amor comparado
Amor de perdido
Um amor desvairado

XXVI

Quero um Amor
Amor plataforma
Amor pontilhado
Um amor sem reforma
Amor inconformado
Amor ardente
Um amor pirateado
Amor proibido
Um amor encantado

XXVII

Quero um Amor
Amor banco de praça
Amor (des)preocupado
Amor escondido
Um amor calejado
Amor protegido
Amor machucado
Um amor cremoso
Amor enamorado

XXIII

Quero um Amor
Um amor lúcido
Amor elucidado
Amor meticuloso
Um amor enfeitado
Amor choroso
Um amor enfeitiçado
Amor de Saturno
Amor realinhado

XXIX

Quero um Amor
Amor flexível
Amor esticado
Um amor pagão
Amor comprado
Amor fadiga
Um amor esgotado
Amor mendigo
Um amor Humanizado


(Maria de Fadas)