sábado, 27 de abril de 2013


                Mágoas


Mágoa maldita
Confidente e aflita
Saltita o peito, entorta
Outro vazio
Infinito

Lembrança bendita
Marca e dita
Olhos e seus mistérios
Compasso do coração é,
Saudade

Tristeza covarde
Aperta e invade
Certeza na contramão
Faça Novo futuro sem saudade
Antes, Agora ou Nunca

Vida peça, passagem!

(Iberê Martí)





segunda-feira, 22 de abril de 2013




Sou um Sujeito acalorado de Angústias
Milhares flanam Ideias.
Tropeço sempre em autobiografias solitárias
Tredo no peito radiadores toma conta
Vou assim, me alongando das lembranças.
Oportuno olvidar carrega estômago de ema
Tenho esquecido miragens de outros, em mim
Corto raízes serpentes sem veneno.
Constantemente me encontro em sorriso arredio
Inelutavelmente perco distâncias de outros
Tenho débitos com livres de preço
Tenho apreço pelos que reviram lixo.
Passo dias vasculhando infinito nas ruas
Afiro o tempo decorando datas da Lua
[encho-me e me esvazio: na minguante, na crescente]
Angústia sem fim...!

(Iberê Martí)

sábado, 20 de abril de 2013



O Crítico que duvida de tudo
Eremita por natureza,
O Cientista remoendo a ciência
Tem o Cético ardendo tristeza.
Olhar do Místico é um tanto poeta
O Vidente afagando a pureza
Malandro logo cria o profeta
A Justiça amarrou-se em braveza.
Demente que vive sem fé
A Estética impondo a beleza
Diplomatas acalentam o martírio
Moralistas traídos por suas fraquezas!
Vagabundos não andam maltrapilhos
Quantos Sábios não detém de destrezas?
Intelectual prisioneiro de suas verdades
Eruditos escondem suas baixezas.
Gladiadores de um status abstrato
Humanistas se fazendo de presas
Mendigos implorando pro urbano lixo
Progressistas plantando malvadeza
Os Artistas se rendendo ao sucesso
Fracassados suicidando clarezas
Jogadores em um tempo sem brio
Ambientalista amargando riquezas.
Cachaceiros no pranto do cais
Tolerante contrariando sua reza
Os Amantes reescrevendo o pecado
Aventureiros inventando proezas.
Marqueteiros querem sempre mais...
Povo marcha sem nenhuma defesa
Minorias mandando em capataz
Os Confusos plainando leveza
Os que Acreditam lutam contra si
Animais contra sua vileza
A Laranja se desfez do bagaço
Palhaço rindo da própria estranheza
O Político que é reflexo de um todo
Estadista mergulhou em avareza
Os Raros se perderam na multidão
Idealistas, vendetas transpirando crueza
Alquimistas difundindo mistérios
Maniqueístas tapados em rudezas
Carpinteiros sofrendo calados
Mudos sustentando a nobreza,
Tudo isso, neste Mundo de um pai...
Mentiroso, nossa única Certeza!


(Tom Nicolau da Silva)

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Mundo Mudo




Mudo muda. Muda Mundo a travessia,
Queria o Mundo. O mundo inteiro queria...
Margens, banzeiro
Âncoras no mundo novo,
Mudar mundo velho. Mudar o mundo
Quando mudo, neste mundo... nem sei,
se sou deste mundo!
Mudando meu mundo... mudo.
Aproximar outro mundo
Caras e velas
Para mundo pergaminhos...
Mudo mudado e sentinelas.
Mudando o mundo atual
Para um caminho qual – nem sei,
se são possíveis
Fatídica timidez - translúcida!!!


(Iberê Martí)

quarta-feira, 10 de abril de 2013




Amanhecer uma aurora de flores e (en)cantos
sem preço algum, sua voz remetida (hora Flor que amanhece)
Reluzir no amanhecer em pássaros cores, pétalas e
perfume fixo. Amanhece Valor algum embutido jamais.
Amanhecer e abrir os olhos pela janela do silêncio entre mosaicos
[e nuvens nuas de esplêndidas formas, amanhece em formatos e tonalidades]
Amanhecer cheias as (nu)vens de imaginável beleza, impagáveis
(Aliviadas de qualquer remuneração, as Nuvens; amanhece no céu)
Embrenhar ao amanhecer na incerteza dos dias e noites, vigilante em lapsos:
Fronte flores, pássaros e nuvens. Amanhece sem pagar nada.
Amanhecem sem o Dever (há dever?), gratuitas são as fórmulas de deus.

Amanhecer abstrato seja dia e noite. Pois estes que valoram
[demasiadamente, reprime em métricas e amanhece junto ao caos esquecem]
Ao amanhecer mal pagam sua depreciação. Mal dormem
Vigiam os dias. Amanhece de tarde já não endente o quanto de lucro
negativo obteve. Amanhecer fadados à desvalorização e
sonhos, quando húmus amanhece ao seu único estado real
Menor que húmus tuas Ideias, amanhecer menos valia sua forca
- mais inexiste. Amanhece o pagamento de sua dívida, jamais pagaria
[se a Natureza cobrasse seu preço, seu desprezo por ti]
O que tens ao amanhecer, que paga, que se vende melancolia.
Pagus aquela cerca?  Amanhece paganus fechado ao curto-circuito,
aldeias amanhecem em semblantes minguantes

Liberdade coça Valor, Amanhã

(Tom Nicolau da Silva)

segunda-feira, 8 de abril de 2013



Pesaram todos os pesos (pensar)
Pesos presos às medidas e
recompensas.
Nem assim encontraram os preços
que se paga. A prenda.
Nega pajelança. Caciques têm menos poderes de que
Reis.
Súditos vassalos. Pagam sem
Reclamar.
Quem paga. Quem pesa.
Quem pensa?
Pesa a prensa!

(Iberê Martí)

quinta-feira, 4 de abril de 2013


Retratos do acaso

Inquieto a reger, pela boca que salta o peito
Uma ópera. Desgostosa, indubitável feito morte
Inviolável é a emancipação do espirito.
Prelúdios sobrevoam autopsias - candura a conflagrar a psique!

O que existe isolado no teto? Anomacefalia manietando o tino, Ébrio.
Empório na cachimônia cósmica a carrear o Juízo.

O feitiço indaga: pra quem escrever tão difícil? Avassalador.
Escuta a voz: - é para os eruditos, meu Irmão. Pró erudição. Pra erudito!

Sagaz, Ócio.


(Iberê Martí)