O
Crítico que duvida de tudo
Eremita
por natureza,
O
Cientista remoendo a ciência
Tem
o Cético ardendo tristeza.
Olhar
do Místico é um tanto poeta
O
Vidente afagando a pureza
Malandro
logo cria o profeta
A
Justiça amarrou-se em braveza.
Demente
que vive sem fé
A
Estética impondo a beleza
Diplomatas
acalentam o martírio
Moralistas
traídos por suas fraquezas!
Vagabundos
não andam maltrapilhos
Quantos
Sábios não detém de destrezas?
Intelectual
prisioneiro de suas verdades
Eruditos
escondem suas baixezas.
Gladiadores
de um status abstrato
Humanistas
se fazendo de presas
Mendigos
implorando pro urbano lixo
Progressistas
plantando malvadeza
Os
Artistas se rendendo ao sucesso
Fracassados
suicidando clarezas
Jogadores
em um tempo sem brio
Ambientalista
amargando riquezas.
Cachaceiros
no pranto do cais
Tolerante
contrariando sua reza
Os
Amantes reescrevendo o pecado
Aventureiros
inventando proezas.
Marqueteiros
querem sempre mais...
Povo
marcha sem nenhuma defesa
Minorias
mandando em capataz
Os
Confusos plainando leveza
Os
que Acreditam lutam contra si
Animais
contra sua vileza
A
Laranja se desfez do bagaço
Palhaço
rindo da própria estranheza
O
Político que é reflexo de um todo
Estadista
mergulhou em avareza
Os
Raros se perderam na multidão
Idealistas,
vendetas transpirando crueza
Alquimistas
difundindo mistérios
Maniqueístas
tapados em rudezas
Carpinteiros
sofrendo calados
Mudos
sustentando a nobreza,
Tudo
isso, neste Mundo de um pai...
Mentiroso,
nossa única Certeza!
(Tom
Nicolau da Silva)