domingo, 24 de janeiro de 2016

Hedônicos



Fez da vida uma fonte de prazer
Comeu a fruta madura no pé...
Se lambuzou de manga, caju, caqui.
O canivete em desuso, enferrujou!


Fez da vida um ato no futuro
Projetou em planilhas os elementos.
Dedicou o Tempo a contratar felicidade.
E cortou o próprio punho, ao perder!


Levou a Vida, depois do trabalho...
(En)cantou com meretrizes nos bares.
Dançou com os andarilhos na chuva.
Fez filhas, família, colecionou sonhos...


“Nunca soube o que era medo”!




(Iberê Martí) 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Moinho Mossa



Tu que é demasiada breve
Fugaz e leve, um sonho?
Liquefaz feito caramujo,
ao sal. E olhos tristonhos!


És sopro sustenido, vento.
Movimento inerte, susto!
Um instante teu, Eternidade
O ontem é longe, vetusto...


Se há conceito que amarre,
Nunca foi me apresentado.
Coleciona diversas memórias,
fragmentos, sem significado.


Protetora de meus soluços.
Diva lenço, silêncio guia...
Arquivo vivo, se existo!
A Vida é moinho, e alegria!



(Iberê Martí)

sábado, 9 de janeiro de 2016

Gente boba



Prazer imensurável é conviver com gente boba.
Que se sente feliz com o outro feliz. E que sorri
viagens e devaneios. (O brilho no olhar transmite calor!)
Estes viciados em alegrias - distantes ou próximas!
E que têm usura em comemorar felicidade alheia.
Fazendo alvoroço banzeiro, e pele e coração vibram...
De coisa miúda celebram grandes conquistas:
- um abraço, no encontro inesperado com o mestre, o professor;
- uma dose de proza com a poeta, a sonhadora, o andarilho;
- um bom dia a vozinha que vai comprar pão, contando passos;
- uma lua poente ou alvorada de afetos, afagos ao lado da moça;
Etc. etc. etc...


Às vezes eu me perco pensando – esse meu gene egoísta –,
Em construir uma arca e inundar a Terra de gente aluada!




(Iberê Martí)