segunda-feira, 30 de setembro de 2013

LIBERDADE DE CRIAÇÃO


Não consigo lidar com a liberdade de criação que as formas me dão... prefiro as palavras... Ela, por carecerem de encadeamento para significação, me limitam a liberdade. Mas só assim consigo organizar a expressão do caos que sou... Só consigo recriar o mundo por meio de palavras... Careço das formas... 


(JOANA CAJAZEIRO)

PRECISO DE TEMPO



A confusão urbana oprime o caos de minha alma. Preciso da paz e lentidão das cidades pequenas para desfrutar da minha tormenta interior. Só posso ser eu, em todo meu potencial, se tiver tempo para me desnudar de minha máscara social, tempo para sentir a delícia da dor de me viver intensamente, tempo para ser o máximo de meu vazio existencial. 


(Joana Cajazeiro)

MENSAGEM


Daqui do mundo dos mortos
eu te velo, meu filho.
Cuido para que a dor, 
nunca sobrepulje sua força.

Daqui do mundo dos mortos,
enxugo suas lágrimas, meu filho.
Rogo a Deus para te cuidar,
e o seu coração abençoar.

Se a minha mensagem pudesse escutar,
gostaria de te dizer, meu filho,
para não se preocupar,
porque entre anjos agora estou a habitar.

Minha única missão continua, meu filho,
que é para sempre te cuidar,
agora daqui do mundo dos mortos, 
para que sua vida, você possa continuar.

(JOANA CAJAZEIRO)

domingo, 22 de setembro de 2013

Pretérito

O calor sufocante
Já havia esquecido há
Tempos
As escamas, o sol escalda
A pele arredia
O dia e a noite
A lua escondida, os sinas de chuva
Venta antes (de onde sopram o Vento?)
As folhas voam, a brisa
Copas se entrelaçam, formam ruído constante
A água, em fim, cai e esvaí
Em silêncio monótono quebrado
Folhas, árvores e água
Uma orquestra
Ritmicamente descompassada
Quebra o silencio, o grilo
Canto ensaia
Quebra a escuridão o vaga-lume
Alumia
O vento, árvores, água e o canto
Refrescam lembranças
Imagens em retalhos perdidos
No tempo, no espaço, e molham
As Ideias.

Em Casa, no meio da floresta
A Chuva
Renasce (esquecimento de mim.)
Floresce no peito em
Pretérito perfeito

Em Casa a chuva,
Não molha ...
Irradia, ilumina
Sede de Vida!


(Iberê Martí)

CARTA A SERES PENSANTES


Qual o sentido da vida, se qualquer que seja o sentido escolhido o resultado será sempre as perdas, despedidas, solidão e a morte? Convivemos constantemente com a morte... morte das expectativas, dos sonhos, das ilusões, das pessoas e de nós mesmos.... somos feitos de perdas, de vazios, de despedidas dos outros e de nós... Porque se em nós há o desejo da vida além da mediocridade, além da casa, carro, filhos, status... morremos ardentemente na passagem para a vida adulta... essa passagem nos mostra a concretude da impossibilidade de sermos os nossos sonhos, de sermos e querermos algo além do banal... Ao sermos dissidentes da vida como ela é... somos os estranhos, incompreendidos na incompreensão de como ser feliz sendo medíocre... e dessa constante busca por nós mesmos nesse mundo de inviabilidade de sermos nossos sonhos, construímos refúgios para que nossa alma não seja tomada por toda mediocridade do universo, sendo, assim, apenas mais um... Mas com isso estamos fadados à incompletude e à dor da impossibilidade da realização de nós mesmos... Como resolver essa equação? Se descobrir o segredo da vida, por favor, me conte...


(Joana Cajazeiro)

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O desdobrar de um papel


Coadjuvante papel me concede a História
Nem de longe principal, nem perto de
Glórias
Se me vanglorio, as vezes
(para não perder o costume)
Pois se ando acostumado,
nada muda, e o mundo não para!
Gira relativamente a órbita do Tempo
Perdida nesta obsessiva mania maniqueísta
Elíptica faço pose de artista, no mesmo instante
Sou sério - sereno.
Tomado de ironia, vil desejo absurdo
De fazer tudo, de Novo antes
Que esqueçam de minha existência
Que me apaguem da memória
A gravura no papel, o timbre o carimbo, a cor o selo
Relógio ilusório impávido e indiferente,
Um dia desbota, quando nunca atrasa...
O desdobrar conciso, e o meu Papel!


(Iberê Martí)

DINÂMICA PERDIDA


Sou confusão de sentimentos, 
Decido e desdecido a todo momento,
Vivo intensamente a me mudar por dentro,
Embriago-me de dúvidas e questionamentos ,
Vivo em cascata de pensamentos, 
A me construir e desconstruir em cada movimento,
Sou uma constante metamorfose no tempo, 
Sou o eu e o não-eu a brigar por mim no peito,
Crio situações, imagino eventos,
Sou a vida que vivo e a que invento, 
Sou concretude e arte em desenvolvimento, 
A me tornar eu em mim diante do tormento, 
Sou constante viver em lamento, 
Na tentativa de me contentar com o que foi dado pelo firmamento.

(JOANA CAJAZEIRO)

terça-feira, 17 de setembro de 2013

INÚTIL ESPERA


Espero que a espera de esperar que algo suceda,
E de esperar que as pessoas se engrandeçam,
E de esperar que a vida se amoleça,
E de esperar que a sorte me aconteça,
E de esperar que um grande amor me apareça,
E de esperar que o dia amanheça,
E de esperar que a morte me esqueça,
Espere eu aceitar o que a vida me ofereça.

(JOANA CAJAZEIRO)

INÚTIL REFLETIR


Incapaz de sustentar o corpo,
Incapaz de compreender a alma,
Incapaz de esperar os dias,
Incapaz de lidar com a morte.

Sinto a paz dos desesperados,
Sinto a esperança dos desconsolados,
Sinto a calma dos angustiados,
Sinto a força dos debilitados.

Devo ser capaz de lidar com o incontrolável,
Capaz de entender o indirecionável,
Capaz de não modelar o imodelável,
Capaz de viver o não planejável.

Dever ser...
Angustiante essa prisão de ter que entender,
Pensar, concluir e não saber fazer,
A arte de viver sem saber viver..

(JOANA CAJAZEIRO)

Ajuste final


Cada etapa expõe nova desavença
Depois toma o normal, e faz cara de indiferença
Eu que já venci a aceitação dos amigos
Perdi pra ganhar, confiança
Quando jovem seguia a onda
Adolescente rebelde incapaz
Depois tentei enganar os meu país
- de mim mesmo -
Depois venci o medo da guerra
do trabalho, da preguiça, da Terra
Venci o medo da solidão
Venci inimigos, encontrei compaixão
Depois eu venci o invencível
Enfrentei ilusão
É tudo termina em pó
No final da corrida olímpica
Não venci Nada, nem ninguém
Apenas entreguei, grátis
Pro diabo
Meu coração

(José Tamuya)

domingo, 15 de setembro de 2013

Catador


Catei no orvalho,
Orgulho
Catei no lixo,
Pudor
Catei paraíso
Perdido
Catei desavença
Clamor
Catei indiferença
Castigo
Catei a dormência
Favor
Catei no umbigo
Vestido
Catei no varal
Calor
Catei trivial
Intriga
Catei no sumiço
Brotou
Catei a semente
Germina
Catei Esperança
Amor


(Iberê Martí)

sábado, 14 de setembro de 2013

Cerrado Aflora


Sinta o conforto da savana tortuosa
Tem tanta vida que nem posso recordar
Viajo sempre no meu tempo de menino
Cato feto peregrino, feito verso e trova

Faz tanto tempo aquele pé de Embaúba
Chiclete de Macaúba, Murici, Caju Cajá
Se a Mirindiba é árvore da caçada
Minha canoa virada, é casca de Jatobá

Queimar a língua no espinho do Pequi
A Copaíba é rasteira que se dá
A sebereba da carne do Buriti,
Tem de tudo por aqui, tem palmeira Inajá

Se ainda lembro a Cagaita é azeda
Bicho da seda traça palha Piaçava
Não quero agora lamentar a embira
No gole de Sucupira, embeber o Ingá

Se hoje canto, pro meu espanto
Ouvir o canto do perdiz, do sabiá
Tem tatu peba, tatu canastra
Bicho-preguiça na unha tamanduá
Os dispersores, nossos senhores
Veja a lobeira fruto do lobo-guará
É a rebeldia, e a poesia
Por esses solos de tão baixo PH
É a forma torta, que não se importa
Com a retidão deste lúdico rudimentar

Veja se pode a fisiologia do cerrado
Piromania é tradição milenar
Adaptando as reservas de tanino
No bulbo do nordestino, tem doce Maracujá

O Marmelo carrega o sabor do mistério
Tapiocanga fez o Cacto aglomerar
Se fica roxo enche o encanto do rosto
Cega-machado é critério, pra vida selecionar

O PH deste solo contamina
Vendo a beleza na secura que sé há
Não tem tristeza e o Baru tem cumarina,
Brilha os olhos da menina, a flor do Jacarandá

Se faz as unhas com a folha de Lixeira
Relva molhada é Sangra-d’água a chorar
Que me atrai é o cheiro da Lobeira
Veja a moça vermelha, Urucum condimentar

.....

Carobinha depurativo do sertão
Chapéu-de-couro para cuca refrescar
Meu Coração-de-negro é um pé Barbatimão
Delicado Cansanção, faz a pele irritar

Escorre água pelos olhos de Macela
Tanta Bacaba para o espaço abraçar
Algodãozinho que a vista da Favela,
Meiga doce Mama-cadela, Dormideira e o Chichá

O Angelim ouvindo o som da Pindaíba
A Aroeira no solo do Gravatá
A Gameleira, o Pau-de-sebo, Urtiga
Carqueja causando intriga, e o Timbó para pescar

O Carvoeiro é imagem das estradas
O Jenipapo quis a índia enfeitar
Araticum é o fruto da amada, Tamboril a morada,
É um gole de Catuaba, para o sonho amargar

....

O Guatambu fez um arco no peito
Pó-de-mico bem feito para o Breu se coçar
Enquanto isso Paratudo fica, Sombreiro sobra
O Mureré ou Aguapé sob a água a flutuar

No alagado cresce o pé de Guanandi
Bacupari fez o Vinhático azedar
E a Peroba passou na cara Apui
Criou fruto Tapiriri, pra bicharada encantar

A Mandioqueira folha forma dedaleira
Essência de Cedro para moça perfumar
A Gabiroba colocou o pé na cova
Braúna e Olho-de-cabra, é o Guaco pra dilatar

O Assa-peixe convidou o Cafezinho
Tingui fez brinco pra orelha enfeitar
O Pombeiro fez da Ucuuba poleiro
Poejo, Saboneteira, e amigo Araça
...
O Marinheiro também fabrica extinção
Buscar Arnica no campo sem encontrar
Velame-branco, Alecrim, Sete-sangria
Vai perder sabedoria, Piuvá pra resgatar?

A Mangaba tem o leite da Moringa
Alfavaca, Cachimbeira pra pitar
O Chá-de-frade que a gripe alivia
No meio da cantoria, tem o pé de Manaca

A Candeia produz óleo que ilumina
Pimenta-de-macaco para vida esquentar
Tem a Canela, Massaranduba e o Joá
A Pindaíba, e o coco do Gerivá

Araruta confessou pro Fedegoso
Fica cheiroso ouvindo o som da Mutamba
O Ipê-roxo, o Pacari, e a Quina
O Marolo contamina, com seu sabor peculiar

Se hoje canto, pro meu espanto
Ouvir o canto do perdiz, do sabiá
Tem tatu peba, tatu canastra
Bicho-preguiça na unha tamanduá
Os dispersores, nossos senhores
Veja a lobeira fruto do lobo-guará
É a rebeldia, e a poesia
Por esses solos de tão baixo PH
É a forma torta, que não se importa
Com a retidão deste lúdico rudimentar

(Iberê Martí)

Composição


O meu eu é mosaico
razão e emoções
O meu eu é remendos
dor e solidão

Faço e me desfaço
Planejo e não cumpro
Valorizo e me desprezo
Permito e não desfruto

O meu eu limita e expande
Nunca é suficiente
O meu eu supera e impede
Nunca é eficiente

E da incompletude do ser
na angústia da incompreensão
E da ausência do não ser
a contínua (des)construção


(Joana Cajazeiro)

MEU MUNDO


Mundo... do que és feito? 
És feito de imaginação. 
És parte de mim. 
E eu parte de tu...

Juntos nos formamos, 
Continuamente nos transformamos. 
És o que vejo, o que sinto, o que toco. 
E sou resultado da nossa relação.

És da dimensão que te crio, 
Reflexo da minha alma. 
És do tamanho que sou. 
E sou do tamanho que és.

E sincronicamente nos moldamos
És a concretude de meu espírito 
Sou o que és em mim
Meu mundo...

(JOANA CAJAZEIRO)

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Desapego


Praticar o abandono transpôs de regra a Norma
 Ao desapego repleto de bens imateriais
Largou na porta de casa simbólicos valores falidos
(em Casa já não havia portas, esquadros, janelas, quadros.)
Falência múltipla de órgãos – que antes era, sobrevive hoje sem chão
Nem conseguiu a fotografia eternizar, desbotou
Perdeu o tom, ganhou cara de pintura de criança travessa
Nas ruas os postes já não iluminam. Ganharam função de poleiros
Pra pássaro – que sempre foi de melhor serventia.
 É tudo foi se desbotando. Há um passo leve, imperceptível
Muitos gritos e ações enérgicas tentaram reavivar a pintura
[com a mesma tinta, as mesmas mãos, e o peso das mesmas Ideias]
Relutaram bravamente, enfrentaram o preço da História
É foi borrando, se sujando de sua própria tinta
Ficaram presos na lama. Como última instância criaram Leis.
O desapego foi praticado, e praticando
Logo tudo perdeu o sentido, a essência
Antes tudo que era, agora pura decadência
Não haviam mais carros, nem lojas, quanto menos cercas
Foram abandonados a serviço da inutilidade
Como é triste o abandono do Desapego
O lamento de quem não chora, vivo sentimento
Por um momento toda estrutura caiu
Ruiu nas cinzas de enorme parafernália
Depois o desapego encontrou no abandono o Verbo
É o Verbo compôs o abandono em Palavra
Quimera em frases repetia:
Vendem-se Sonhos! Vendem-se Sonhos”


(Iberê Martí)

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A moça que pensa


Há um vazio latente, uma enorme ausência
Ardente brasão clama por resistência
Moça que pensa, com toda certeza
Existe sim, algo além, pós beleza...

A Pura lembrança que deixa sem prumo
Incandescente canto, martírio sem rumo
Aos dignos de astúcia, melindrosa maldade
Misterioso segredo evoca calamidade

Vago caos invade, os nossos defeitos
 O que é perfeito por si? Acalenta o peito
Portas arrombam a distante presença
Lá onde sobram sorrisos e falta indiferença...

Mora a moça que pensa
Viver sem Domínios
Conquistar,
Liberdade!




(Iberê Martí)

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Outros Olhos


Quanto “concebo” o meu machismo
E me rendo a História,
Cai água abaixo o achismo
Ganhar nem sempre é Vitória


(Iberê Martí)

Autoajuda


Certa vez conheci Mário Quintana, que em sonho confidenciou:
Autodidata é o ignorante por conta própria”
Precisei procurar em livraria de rodoviária e de aeroporto
Quais as implicações nas confidências de Mário?
Então conheci a Ciência, que logo deduziu o óbvio:
-“A Poesia é mais criativa que os livros de autoajuda.
Assim como, o autodidata é mais cognitivo que o Cinema”
Foi neste exato momento que um Velho-Barba-Branca indagou:
-“Qual a diferença entre a fotografia e o cinema?!”
Busquei a resposta por todos os templos incessantemente
(não cheguei a Tempo de compreender.)
Rodoviárias e Aeroportos são cemitérios de livros
Justamente essa Fonte bêbada que alimenta a humanidade
Momentaneamente um “Déjà vu” alcançou minha fronte
Acordei morto em Poesia: minha autoajuda morna!


(Iberê Martí)

domingo, 8 de setembro de 2013

Ignorado


Muitos anos sobreviveu assim
Lançando palavras inúteis ao Vento, ao léu
Adorava aglomerar multidões para impor inutilidades
É foi se tornando inútil (quase um inútil consciente.)
Desperdiçava palavras quase sempre - o desperdício tomou norma
Depois compunha em silêncio profundo (encharcava o travesseiro)
Lamentando o amontoado de inutilidades (re)ditas, a língua
Quem plantou a semente do Medo e colheu Ignorãça?
Mundo dos mudos é indiferente, simplesmente
Lá os ignorados vivem. Ignoram a inutilidade das Palavras
Adicionam virgulas ao final das frases, em fases reversas
No peito abriga um pássaro, que ainda não aprendeu a voar!


(Iberê Martí)

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Ser Ignorante

Eu queria ser ignorante o suficiente
Pra me contentar com coisa pouca
Pra não desejar uma vida tão louca
Pra não ver a sociedade decadente

Eu só queria ser bastante ignorante
Pra estudar pra prova com antecedência
Pra acreditar em TV que têm audiência
Pra me saciar com nome de refrigerante 

Pra nascer, crescer, reproduzir e morrer
Pra trabalhar de segunda a sexta feira
Pra me divertir sem precisar de bebedeira
Pra se satisfazer com apenas uma mulher

O suficiente pra acreditar no que o padre diz
Conseguir obedecer a rotina da sociedade
Deixar de pensar nas outras possibilidades 
Ser ignorante o suficiente para ser feliz


(Stéphano Diniz) 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Uma pequena descoberta

O menino gastava horas ali, sentado sobre a sola do calcanhar
Tacando pedra Nágua
Ondas circulares geradas plano tridimensional,
expande pro incontável
O menino tinha habitat e hábitos variados
Escapulia pra fora prosas sinceras e limitadas
Logo balizava nova condição estima
Sem preço algum, apenas pra variar o hálito
Grandezas ínfimas atraem a visão dos cegos
Maldade pura a inocência d’água em expansão
Pra saltar fora outro peito
[escapa a boca e multiplica]
O teu pensamento foi roubado pelo universo
Larapio sequestrador de trova
Melhor seria compor meu silêncio
Espelho na água reflete que sustenta o menino:
Aos Olhos do lago benquisto
Feição, uma pequena descoberta

(Iberê Martí)