Às vezes a tristeza
bate
a porta
fica torta, bolo
semblante
cereja
busca um ombro amigo
nestas redes, “face”
de solidão sociais
foi lá que descobriu impossível:
“enxugar lágrimas:
bate-papo não é tecido algodão”
Fica confuso, logo
vem a “pós-modernidade” e disciplina:
“este é o preço de sua liberdade, pseudo”
percepção indica
palavras frias
acalentam a tristeza!
Fica escuro, máquinas
e objetos sem luz
própria
humanidade em bancos
de dados
armazenados em apagões, nas nuvens
luminares consciências
e o gosto?
e o cheiro escrito
com penas,
tinta deslizando sob o papel.
Caminha como um zumbi
seguindo o sentido do
senso
tato, vedado
intuindo as direções, as árvores do
cerrado
tropeça e cai
no chão faz amizade com um livro
acende uma vela
folheia a imaginação em outras dimensões
finito invisível
lá encontra Mário
Quintana
o Poeta das almas
solitárias e loucas
penadas?
O Poeta oferece
amizade voluntária grata
Objetos deixam o
estado abjeto.
Meu Amigo é um
catador de casos
brasileiro sem pátria, sem janelas
- armadilhas
culturais -
Quintana conta contos
e
“Apontamentos de história sobrenatural”
viajar em um disco
voador
outros mundos, galáxias constelações
avistar o Grande
Planeta Vermelho – que não
Marte-
Nibiru
Anunnakis a trabalhar
feito formiga
permanece cigarra e
Mário confidência:
“esconderijo consolador:
é o nada
e suas respostas!”
(Iberê Martí)