sábado, 20 de outubro de 2012



Às vezes a tristeza bate
a porta
fica torta, bolo semblante
cereja
busca um ombro amigo
nestas redes, “face” de solidão sociais
foi lá que descobriu impossível:
“enxugar lágrimas: bate-papo não é tecido algodão
Fica confuso, logo vem a “pós-modernidade” e disciplina:
“este é o preço de sua liberdade, pseudo
percepção indica
palavras frias acalentam a tristeza!
Fica escuro, máquinas e objetos sem luz
própria
humanidade em bancos de dados
armazenados em apagões, nas nuvens
luminares consciências
e o gosto?
e o cheiro escrito com penas,
tinta  deslizando sob o papel.
Caminha como um zumbi
seguindo o sentido do senso
tato, vedado
intuindo as direções, as árvores do cerrado
tropeça e cai
no chão faz amizade com um livro
acende uma vela
folheia a imaginação em outras dimensões
finito invisível
lá encontra Mário Quintana
o Poeta das almas solitárias e loucas
penadas?
O Poeta oferece amizade voluntária grata
Objetos deixam o estado abjeto.
Meu Amigo é um catador de casos
 brasileiro sem pátria, sem janelas
- armadilhas culturais -
Quintana conta contos e 
Apontamentos de história sobrenatural
viajar em um disco voador
outros mundos,  galáxias constelações
avistar o Grande Planeta Vermelho – que não Marte-
Nibiru
Anunnakis a trabalhar feito formiga
permanece cigarra e Mário confidência:
esconderijo consolador:
é o nada
e suas respostas!”

(Iberê Martí)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012





Será que um dia...
Águia mais olhos que o Sistema
Rola-bosta enterrar mais que a guerra
Formiga cortar mais que DDT no Vietnã
Tamanduá-bandeira matar mais que navalha
Anta mais pesada que bala
Urubu cheirar mais que radiação
Caranguejeira engolir mais que lixo
Medusa mais sistêmica que veneno
Carapanã sugará mais que o estado
Caninana mais rasteira que a lei
Arraia-de-fogo com mais espora que Rei
Jacaré-açu morder mais que o latifúndio
Peixe-elétrico mais força que cartórios
Ariranha mais silêncio que cidades
Onça mais feroz que estradas
Lobo uivará mais que fábricas
Escorpião picar mais que dinheiro
Abelha ferroar mais que bancos
Minhoca digerir mais que crise econômica
Barata infectar mais que burocratas
Papagaio com mais letras que “datilografistas”
Cigarra mais cultura que a massa
Morcego mais marcas que as doutrinas
Lagartixa grudar mais que “ignorãça”
Camaleão mudar mais de pele que “herói”
Maritaca mais barulho que a mídia
Será que um dia...
em terra água, ar
Gente viver a vida!

(Iberê Martí)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012




Lançaria um abismo a mim
um abismo sem fim,
este Meio sem início
não me pertence
abismos,
tão pouco ou menos, os fins
desesperados bocejos

Lançaria um abismo olhar
mar de transcendentes penadas
almas
enigmas de quantas passadas
vidas... retinas em dimensões
e outras,
cílios distantes em festejo!

Lançaria um abismo o desejo
Solidão que abraça um largo
lagoa de lagrimas
não despejo...
há um vazio maior ao desprezo
submissão.
A mim só pertence.
Indiferente lucidez!


(Iberê Martí)

terça-feira, 16 de outubro de 2012




A comodidade é o preço do namoro
A delação é o preço do aviso
A lágrima é o preço do teu choro
A inveja alheia é o preço do sorriso

A paranóia é o preço do passado
O tempo é o preço do futuro
O trabalho é o preço do legado
A cegueira é o preço do escuro

A enganação é o preço da candura
A escuridão é o preço da tua ira
A exclusão é o preço da loucura
A descoberta é o preço da mentira

A morte é o preço da vida
A doença é o preço do prazer
O nada é o preço do suicida
A tristeza é o preço de viver

A nostalgia é o preço da saudade
O medo é o preço do recomeço
A solidão é o preço da liberdade
Seja você, e pague o seu preço

(Stéphano Diniz)