quinta-feira, 25 de junho de 2015

Por que a estrada?



Num dia comum, eu acordei
A cabeça cheia de confusão
No peito, vontade de viajar
E uma dúvida no coração



Por que eu gosto da estrada
Se eu nunca sei para onde ir?
Será que não leva a nada?
Caminhei, eu precisava sair



Na rua, encontrei um hippie
Perguntei-lhe, ao caminhar
Por que eu gosto da estrada
Seria só gostar por gostar?



“A estrada que tanto procuras
Não te levas a nenhum lugar
A estrada pra voltar no tempo
É o caminho que queres achar”



“Tu queres voltar ser criança
Em uma ocasião já passada
E para voltar para a infância
Para lá, não existe estrada”



(Stéphano Diniz) 

terça-feira, 23 de junho de 2015

Sabor de poesia



O mundo continua perfeito.
Não sente menor falta de fogão,
panela, internet, automóvel
Ou computador com defeito


Pouco se lembra do sinal fraco.
O celular, mensagem de voz
E de enlatado frio de geladeira,
Ou a dor de um novo fármaco


Não sentimos falta, depressão
Porão cheio, "credo" novidades.
Saudade luz? Gosto de escuridão!


Mas este Mundo jamais suportaria.
Viver imune, viver sem perfume
Caminhar sem o sabor de POESIA!


(Iberê Martí)

segunda-feira, 22 de junho de 2015

O Médico e o Monstro



Há um monstro dentro de mim
Mora lá no fundo do meu ser
Se eu digo não, ele fala sim
Se eu sou amor, ele é prazer



Totalmente violento, hedonista 
Erótico, intenso, intempestivo
Irresponsável, canalha e egoísta 
Mente, inconsequente, impulsivo



Todas as noites, antes de dormir 
Eu rezo pro monstro se acalmar
Mas tão logo eu pego no sono
Sonho com o monstro escapar!




(Stéphano Diniz) 

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Graxeira

A cor
dar flor
de teu
Sono fundo
Meni-na do “rock”
Nossa gera
Ação
Pulsa cala
Na cozinha
Na feira
Per fuma
Oh, flor sem che iro
Se os deuses soube sem
Da tua beleza
Triste seria
A estética.
Careta
Carente
Mas o teu gosto
Eu gosto é de gente
De suor e de pele
De calos e gira sol
De gente humilde
De simpli cidade
Ah, quanta sal dade
De olhos pujante
De fala mansa
De sorriso de canto
de boca, de santo
Oh, flor do sertão
Meu manda caru
Ama-nhece meu peito
Me (pre)enche de manha
trans borda luz,
irra Dia, abelha rainha
E enfrenta o sol
Resiste e brota, (re)nasce
És água de fonte,
divi-na vida, mel
des ponta colme ia
ara-nha, me tece
tua teia, engendra
(a)pronta a flor,
que sem cheiro
é dor e és pinho
mas tu também é caminho
teu nome é Graxeira!

(Iberê Martí)

terça-feira, 2 de junho de 2015

Lavas



Eu sei que deixei por ai
Pandeiro, amor e tempero
Deixei sabor e saudade,
um monte de vaidade
e com muita alegria vivi.
Ainda não me esqueci
E quando me lembra
Corda míngua e vida bamba,
e tantas escolas de samba.
Aquarela e desespero, sorri.


Por nada, agradeço
Nada posso apagar,
O sincero é sem preço
Pouco reclamo do azar.
E se caminho calado
Somente quem está
ao meu lado. Reconhece
aonde pretendo chegar.
É que meu dom é sonhar...
Culpa eu de não aceitar,
pra onde vá o mundo
"A vida como ela é",
até que esforço e entendo
As vezes finjo de surdo
As vezes prefiro calar.


Minhas marcas são letras
pequenas. Rascunho e contraponto
E quando acho um desencontro
Recuo. Não sei se estou pronto!
Porque na terra existe veneno
Mas o destino é pequeno
E o Tempo há de me devorar.
Nunca que eu admito, sorte
E se me vestem de mito
minto, e disfarço com nariz
vermelho, meio de palhaço.
No silêncio retribuo o abraço
Entretanto eu sei que o meu
Olhar, não é como dantes.
E meu sorriso vazio, vaga
Longe, um tanto distante
É que no lugar que estou
Já não suporta o “eu”...


Quem Estrada confidente?
Coração vagão lotado, 
conforta e quando transborda
gente lutando ser gente.
Mas um dia chega há hora
O bornal, é melhor ir embora
Pra distante daqui, um lugar
molhado. Com saber de “caqui”
Lavas as letras agora, e se vou
(Sinto saudade, derradeira seresta)
Partilhar lágrimas, eu pouco aprendi!


(Iberê Martí) 



segunda-feira, 1 de junho de 2015

Me chamo

Me chamo
Eu
Mas pode me chamar
de você
Me chamo tudo
Mas pode me chamar
de nada
moro na Terra
Mas pode me chamar
de lunática
Me chamam de gente
mas pode me chamar
de ET
Estou aqui
E onde quiser
Vivo, muto, tento, penso
Respiro


              (Rafaela Araújo Guimarães)