sábado, 26 de janeiro de 2013


Bom mesmo deve ser o mundo das pessoas comuns, que vivem em um mundo onde tudo tem uma razão, onde a ordem governa e o tempo é contínuo, onde se sabe o que encontrar depois da próxima estação e onde colocar os pés pra não cair, onde se sabe o que falar, como falar, pra quem falar e quando falar, onde é tudo previsível e planejado, claro ou escuro, bom ou ruim, doce ou salgado, aonde o amanhã certamente virá e trará aquilo que agendaram duas semanas antes, onde eu não pertenço, pois fico eu aqui nesse meu mundo inconstante, incônscio , irracional, irrelevante, inebriante, ilusório, ilustrado, infundado, inflamável, infantil, inconformado, ignorante, inundado, inusitado, intangível, irregular, incoerente, ilícito, imprudente,  imprevisível, imbatível, inegável e irreal, que gosto chamar sonho.

(Rafael Olivares)



Vai coração... vem imensidão
Suspira calado, coração tá macabro
O sol que tardia, ser estrela fazer dia!

Vai coração, me arremessa ao infinito
Se joga na chuva, leva no vento o grito
O sol que perdia, a inocência do dia!

Vai coração, traga logo a manhã
Traga à flecha a maça, acalenta a pureza
O sol neste cais: deixou esperança pra trás!

Vai coração repete o compasso
A chuva acesa, nas manhãs de tristeza
O sol ficou mais voraz, lá nos morros gerais!

Vai coração, acorda pra vida
São Pedro irriga, a manhã destemida
O sol se encolhe, a água o destino escolhe!

Vai coração, sente a maresia
Na brisa  renovada, nesta manhã tão calada
 O sol emergindo, em esperança nublada!

Vai coração, veste a chuva dos bobos
O Peito uiva com os lobos, a garoa irradia
O sol poderia. Sol é só, rebeldia!

Vai coração, caminha no espaço
Por entre as plumas azuis, pelo céu embaraço
O sol se espremendo, entre os cantos dos pássaros

Vai coração, enfrenta a manhã
A chuva, o céu, sol, a luz e o som...
Que lá vem outro trovão, incomodar meu silêncio!

(Iberê Martí)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013



O seguro morreu de velho e de desgosto
Idade nas costas, lágrimas pelo seu rosto
Pra que tanta primavera, ver tanto agosto
Ver a vida toda passar, do encosto da cama

O careta morreu de vontade e de vergonha
Vergonha de quem nada faz, apenas sonha
Vontade de viver a vida menos enfadonha
Mas viveu vida tristonha, terminou na lama

O acomodado morreu sem conhecer o mundo
Não sentiu o vento, um sentimento profundo
De quem é feliz, mas é visto como vagabundo
Não sentiu perfume da estrada, da bela dama

O louco morreu cedo, mas antes disso viveu
Tinha fé religiosa na vida, tinha amor de ateu
Rodou mundo, amou, chorou ,sorriu, sofreu
E conheceu a emoção sublime de quem ama

(Stéphano Diniz)

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013



Inverno que acalenta meu sossego
Em outras terras tenho medo,
Sinto frio, quero fome
De calor.

Inverno, inferno branco ou vermelho
Parta logo, quebre o espelho
Nada vai obstruir, nem desespero nem ti
Deserto de gelo.

Inverno, materno os meus sonhos
Este terno agasalha um tristonho
Abriga misterioso sorriso,
Nas nuvens, no paraíso.

Inverno passa logo, vá depressa
Há um sol tropical que me arremessa
Que me aguarda e me abraça
Na praça, tupiniquim.

(Iberê Martí)

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013




Oh... Os povos têm sede de justiça!
Oh... O povo quer degustar penitência!
Mal sabe o conhecimento e a soberba de Polvo
que a maior injustiça foi sabotarem sua possibilidade de inteligência!!!

(Iberê Martí)