Existem pessoas
que andam sobre a corda bamba
Ou caem no
inferno ou caem no samba
Eles não vivem
mas sobrevivem no mundo
No alto da
montanha, sem medo do vale profundo
Que vivem sempre
e só a abusar da própria sorte
Querem muito
viver, e até tem medo da morte
Mas isso não
impede que eles sejam felizes
Como folha ao
vento, eles não possuem raízes
Não há margem de
erro, não há planejamento
E todo o
excedente é aproveitado naquele momento
E é assim que
eles vivem e que eles vão viver
Eu confesso, sou
um deles, vivo desse jeito
Guardando apenas
aquilo que cabe em meu peito
Quero logo
sentir o sabor tinto do vinho
E também a
embriaguês que encontrar no caminho
E se me der na
telha de lutar contra moinhos
Pode ter certeza
de que eu vou lá e lutarei
Somos um grupo
de pessoas espalhadas sem líder messiânico
É nas famílias
mais tradicionais que nós causamos pânico
Porque eles
vivem só para rezar e pra juntar dinheiro
Mas eles nunca
conseguirão sentir o sabor verdadeiro
De sentar no
alto da roda na pirâmide com um violeiro
E apreciar o
milagre matinal que é de ver o sol nascer
Somos um bando
de pessoas repletas de amor-próprio
Nem que para
isso temos que utilizar o nosso amigo ópio
Vocês podem
pensar que somos loucos num conto de fadas
Talvez loucos
sim, mas num real mundo florido de alvorada
Um pit stop,
baby, na cidade branca de pedra e murada
Na pirâmide para
olhar o horizonte alvorecer
(Stéphano Diniz)
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