domingo, 3 de fevereiro de 2013






Eram olhos Pequenos. Aproximando-se e, lançando as mais sublimes distâncias... (os Pequenos carregam desmedidas incertezas). Em seus calinhos pequenos. Os Pequenos em seus ninhos, viajando em seus sonhos – de pequenos! Quantos sonhos têm os Pequenos? Em seus gigantes pensamentos. Quantos comportamentos condicionados, os Pequenos tiveram de aprender ao sentir – dor. Há os pequenos. Estes que permitem as coisas “pequenas”. Dos homens. Devorando tão pequeninos sonhos. Quantas oportunidades pequenas (poderiam mudar um trilho, um trem, um abismo, um destino... Pequeno). Quantas pequenas potenciais perdidas? Desperdiçadas: ali naquele canto - naquela pequena margem (aquela pequena marginal). Pequenos que somos. Ficamos sem nada de pequeno fazer. São Pequenos e escondidos seus gestos. Vivem as margens da maré, de tão pequenos que são. (De querer tão pequeno). Seus sonhos. Sonham os Pequenos. Com tinta, giz-de-ceira, papel – pequenina Atenção! Qualquer invenção criativa que emerge faz logo tinta em um riacho, o giz-de-ceira que escreve no futuro, e o papel faz-se em bola para voar como os pássaros. Qual o papel destes pequenos neste conto de fadas? Que vendem na televisão. (Contos pequenos. Tão pequenos os que contam, e cortam: o caminho). É o Pequeno incontido, nos sorrisos indestemidos. Valentes os Pequenos. Tão Pequenos passos de capoeira. Berimbau. Oxalá! É Pequena a resistência, na pequenina carência.  Fronteiras sociais indevidas que os segmentam o Pequeno de um abraço, um cafuné. Ou, pequenininha diversão. Quantos coraçõezinhos pequenos: ali? Quantas vontades pequeninas: ali? Quantos pequenos sonhos e grandes ideias reprimidas pela ganância pequena? Aqui Pequenos, nunca sejam pequenos. Lá no chile que se entende, que há única pequena verdade: aprender com os Pequenos como se deve sorrir. Vocês pequenos que inventam o céu verde, que adicionam mais cores ao arco-íris.  Fazem do infinito o azul. Se os adultos são chatos (pequenininho o monótono mundinho deles).  Já os Pequenos são o que nos restou, desta pequena Esperança!

(Iberê Martí)

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