Eram olhos Pequenos.
Aproximando-se e, lançando as mais sublimes distâncias... (os Pequenos carregam
desmedidas incertezas). Em seus calinhos pequenos. Os Pequenos em seus ninhos,
viajando em seus sonhos – de pequenos! Quantos sonhos têm os Pequenos? Em seus
gigantes pensamentos. Quantos comportamentos condicionados, os Pequenos tiveram
de aprender ao sentir – dor. Há os pequenos. Estes que permitem as coisas
“pequenas”. Dos homens. Devorando tão pequeninos sonhos. Quantas oportunidades
pequenas (poderiam mudar um trilho, um trem, um abismo, um destino... Pequeno).
Quantas pequenas potenciais perdidas? Desperdiçadas: ali naquele canto -
naquela pequena margem (aquela pequena marginal). Pequenos que somos. Ficamos
sem nada de pequeno fazer. São Pequenos e escondidos seus gestos. Vivem as
margens da maré, de tão pequenos que são. (De querer tão pequeno). Seus sonhos. Sonham
os Pequenos. Com tinta, giz-de-ceira, papel – pequenina Atenção! Qualquer
invenção criativa que emerge faz logo tinta em um riacho, o giz-de-ceira que escreve
no futuro, e o papel faz-se em bola para voar como os pássaros. Qual o papel
destes pequenos neste conto de fadas? Que vendem na televisão. (Contos
pequenos. Tão pequenos os que contam, e cortam: o caminho). É o Pequeno
incontido, nos sorrisos indestemidos. Valentes os Pequenos. Tão Pequenos passos
de capoeira. Berimbau. Oxalá! É Pequena a resistência, na pequenina carência. Fronteiras sociais indevidas que os segmentam o
Pequeno de um abraço, um cafuné. Ou, pequenininha diversão. Quantos
coraçõezinhos pequenos: ali? Quantas vontades pequeninas: ali? Quantos pequenos
sonhos e grandes ideias reprimidas pela ganância pequena? Aqui Pequenos, nunca
sejam pequenos. Lá no chile que se entende, que há única pequena verdade:
aprender com os Pequenos como se deve sorrir. Vocês pequenos que inventam o céu
verde, que adicionam mais cores ao arco-íris.
Fazem do infinito o azul. Se os adultos são chatos (pequenininho o
monótono mundinho deles). Já os Pequenos
são o que nos restou, desta pequena Esperança!
(Iberê Martí)
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