terça-feira, 14 de abril de 2015

Eu devia ouvir a mim mesmo



O cachorro vai me pegar
O galho não vai aguentar
Na curva eu vou cair
A rede agorinha vai virar

Ô povo teimoso
Ô povo enjoado
O desastre anunciado
E fulano todo desleixado
Só vê quando tá lascado
O cadarço desamarrado
Esse leite já azedado
O sol todo ardido
O guarda-chuva escondido
ô povo teimoso
ô povo enjoado
Depois a culpa é do destino, coitado
Fulano pragueja aos quatro ventos o azar de ser azarado
Quando podia olhar pros dois lados
Depois vai dormir injuriado
Quando eu começar a ouvir o que eu digo
Paro de trupicar na calçada
Ter dor de barriga do nada
Bater o joelho na cadeira
E dormir de cara amarrada.


(Mário Paulo A. Hennrichs)

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