sábado, 26 de janeiro de 2013



Vai coração... vem imensidão
Suspira calado, coração tá macabro
O sol que tardia, ser estrela fazer dia!

Vai coração, me arremessa ao infinito
Se joga na chuva, leva no vento o grito
O sol que perdia, a inocência do dia!

Vai coração, traga logo a manhã
Traga à flecha a maça, acalenta a pureza
O sol neste cais: deixou esperança pra trás!

Vai coração repete o compasso
A chuva acesa, nas manhãs de tristeza
O sol ficou mais voraz, lá nos morros gerais!

Vai coração, acorda pra vida
São Pedro irriga, a manhã destemida
O sol se encolhe, a água o destino escolhe!

Vai coração, sente a maresia
Na brisa  renovada, nesta manhã tão calada
 O sol emergindo, em esperança nublada!

Vai coração, veste a chuva dos bobos
O Peito uiva com os lobos, a garoa irradia
O sol poderia. Sol é só, rebeldia!

Vai coração, caminha no espaço
Por entre as plumas azuis, pelo céu embaraço
O sol se espremendo, entre os cantos dos pássaros

Vai coração, enfrenta a manhã
A chuva, o céu, sol, a luz e o som...
Que lá vem outro trovão, incomodar meu silêncio!

(Iberê Martí)

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