Vai coração... vem imensidão
Suspira calado,
coração tá macabro
O sol que tardia,
ser estrela fazer dia!
Vai coração, me arremessa
ao infinito
Se joga na chuva,
leva no vento o grito
O sol que perdia,
a inocência do dia!
Vai coração, traga logo a
manhã
Traga à flecha a
maça, acalenta a pureza
O sol neste cais:
deixou esperança pra trás!
Vai coração repete o
compasso
A chuva acesa,
nas manhãs de tristeza
O sol ficou mais
voraz, lá nos morros gerais!
Vai coração, acorda pra
vida
São Pedro irriga, a
manhã destemida
O sol se encolhe,
a água o destino escolhe!
Vai coração, sente a maresia
Na brisa renovada, nesta manhã tão calada
O sol emergindo, em esperança nublada!
Vai coração, veste a chuva
dos bobos
O Peito uiva com
os lobos, a garoa irradia
O sol poderia. Sol
é só, rebeldia!
Vai coração, caminha no
espaço
Por entre as plumas
azuis, pelo céu embaraço
O sol se espremendo,
entre os cantos dos pássaros
Vai coração, enfrenta a
manhã
A chuva, o céu,
sol, a luz e o som...
Que lá vem outro
trovão, incomodar meu
silêncio!
(Iberê Martí)
Nenhum comentário:
Postar um comentário