quarta-feira, 28 de novembro de 2012



Lá vem ela sinuosa
Exuberante  Lua Cheia
Abraça o céu que embeleza
Frondante esperança semeia
Entre voltas e voltas
No horizonte ponteia
Vem com álibi conciso
Arremata a ceia
Traz o vento indeciso
Corações em sua teia
Se escondendo do mundo
Correndo o monte margeia
Ecoa, vibra nas sombras e,
ilumina a feia.
Clamas quem chamas,
e vagarosamente incendeia
Dispersa tumulto
Multidões em aldeias
Caminha em silêncio
Autista desencadeia
Um mar frio de angustias
Solidão que rodeia
A esperança, o sucesso
Descompassa e apeia
Olho já nem acompanha
A loucura na veia.
Risca o espaço em brasas
Pulsando em centeia
Nem veio, já vai...
Em seus círculos de sereia
Vou desenhar vestes e versos
Antes da maré que floreia
Guardar na lembrança,
ou escrever na areia
Tua ausência é um tédio
Misteriosa Lua Cheia!

(Iberê Martí)

Nenhum comentário:

Postar um comentário