domingo, 18 de novembro de 2012



Talvez em Minas
Eu encontre a poesia
Alegorias e desconhecidas presenças
Encantados espíritos de suas crenças
Duendes templários
vasto mundo imaginário
Fadas em doses, em cachaças, de fantasias
este sol que irradia...
possibilidades a cada amanhecer

Talvez em Minas
Eu reconheça a rebeldia
Dentes roendo a corda, a tirania
Desses morros tortuosos
Sinuosas cantorias
Descrevendo os horizontes
Ouro verde nestes montes
Paz em silêncio suprimindo
Os pesares que vêm vindo
e que se vão...

Talvez em Minas
Eu descanse em braço aberto
maneirismos de caboclo esperto
Amizades brotam sem terno
deleitam doces-de-leite materno
E queijos que minam, na terra
em fontes no canto da serra
Os gostos nas identidades e traços
dos diversos saberes, digitais e abraços
E cada palma, labuta, suada com o seu facão
Marca calejada na mão
A manejar as amarras, as Embiras...

Talvez em Minas
Eu me torne mineiro eminente
Nos versos espontâneos, em um repente
No trilho das línguas analíticas
Trem avança as divisas geopolíticas
Ventre acolhedor de gente toda
e toda gente
“Sei lá, sô”, nem sei se, “capaz”:
Mineiro; talvez Mineiro, Meio-mineiro
Conceitos, definições? Explique Milton Nascimento
Importa, minas, em Minas
É andar e viver por aqui!

(Iberê Martí)


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