sexta-feira, 20 de junho de 2014

Tudo passar


 

Tah lá viu

Oh, flor de abril,

que se abriu

Em meu Peito

Teu leito

Nosso leite

Derramado

Na cama, na lama

Na fama...

Nossa sentença

 

Tah lá viu

No tribunal

No juízo dos homens

Na boca dos nobres

Na mesa dos pobres

Na fome do burguês

Na inocência do freguês

Na decência do camponês

E na mãe que tira da boca,

pra alimentar o filho pagão

 

Tah lá viu

Na estrutura

No imposto do Estado

Na privada, privada

Na ganancia mal paga

Na exploração infantil

No poeta servil

No sistema a pedir,

Ao mendigar esmola

 

Tah lá viu

Na mente

Quem mente que controla

Que trolla por cima

Que esquece a rima

E vive sem nada.

Que chora há amada,

O tempo que quis

Passou, padeceu

Sem “poder” ser feliz

 

(Iberê Martí)

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