Na bússola de meu peito que corta,
Marca passo, descompassado
Meus passos, não deverás.
Conto, jamais.
Refazenda, eu que nunca me
refaço
Nunca que eu me faço em
outro canto!
E sigo firme, moirão de moreira,
espinho
não me arrependo, de meus em
falsos.
Chão firme, descalço sob sol
do sertão...
Rachaduras nos pés, pisando
no solo seco
Há dor que corta mais que
inocência?
Em meus calos, calejada mão
peleja
Os punhos desolados,
latejante punhal
Nervos
tremidos de aço, latejando
Mas não pego em arma de fogo.
Minha chama arde é na pena e
tinta,
que escorrega corta, mais profunda
que navalha.
Um passo nega, um outro pisa
Mil razões desconhecidas, vida
amarga
Boca seca, já cansada.
Palavra falsa
Pseudo olhar que me encanta,
em boca cega
Dentes singelos em boca
flácida
Escorregam em superfície,
rusga antiga.
Eu me dirijo novamente
convencido,
Novo caminho, torto bando,
manada
Efeito em minha pele, face
cansada
Em passos leves, eu e meus
moinhos
Soprando o vento, pergaminho
triste
Eutopia, vou em frente
alvorada
Até veemente, como pássaro,
revoada!
(Iberê Martí)
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