sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Então eu era Verbo




Então eu era eu...
Um velho Verbo que desentendeu
Vendados passos até o coliseu
Vendem promessas para persuadir.
Vaguei como um francês...
Em Bora Bora sem ser um burguês
Quem sabe agora cresça meu nariz
Vou bajulando o meu chafariz


Nem sei se quis parar...
Nestas gramaticas de um português
Na dialética que se faz se fez
A conjuntara eis que distinguir.
E um dia avisar...
Pra aquele muro há se alcançar
Mérito cego deste meu azar
O meu sucesso nunca foi vencer

Talvez acompanhar...
Colher as flores no grande jardim
Meu tropical sangue tupiniquim
Supera o frio do clima europeu.
Até profetizar, a elegia de um samurai
Lamina de espada serve a servidão
Que corta veias do meu coração
Vou praticar a não ser mais juiz

Passei bem devagar...
Ventos aflitos neste seu olhar
Em praças livres segue a cavalgar
Nos sonhos lindos de uma meretriz.
Chorei ao perceber...
Sou prisioneiro deste meu querer
Meu egoísmo nem quis perceber
O meu destino, ser um infeliz

Viver como um plebeu...
Acreditar em filmes como “prometheu
Miscigenada cultura que se deu
Monoteísta este meu viver.
E buscar aprender...
Que meu silêncio se fez entender
O vento e o tempo são o meu saber
Conhecimento quem detém desdiz

Ao lado do Saber, eu vou até lutar...
Se Dom Quixote no posto de rei
Pelas utopias que já apanhei
Ensinam os Mestres que existem por ai...
E permitir inté sorrir...
A alegria bela em cada detalhe
O instante no Universo antes que se espalhe
Indiferente ao nosso existir!

E reconhecer Chico Buarque
Rasgar as folhas do antigo almanaque
Letras aos versos vão arremessar
É displicente o meu caminhar!
Então eu era eu...
Voar sem asas é um sonho meu
Perder da lógica que se absorveu
Não sei vender, não sei iludir!

(Iberê Martí)

Nenhum comentário:

Postar um comentário