terça-feira, 15 de outubro de 2013

LIMITAÇÕES DO ESPELHO


Vastos sentimentos mudos,
de um mundo absurdo 
que me abandona aqui.

Daqui não vejo as cores, 
não sei o sabor das flores, 
que brotarão em meu jardim.

Insólito mundo solúvel,
não percebe a qualidade,
das sementes nascituras de mim.

De onde veio a vida?
Por que mistério a morte?
Para que a sorte,
se nada chega em mim?

Olho o mundo 
e ele não me olha.
Sou somente espelho,
e não o ser a se olhar.

Sou a sombra de mim vivida, 
da minha graça possuída, 
e lá se vai mais um dia a se passar...

Nada de novo, nada de importante,
Segue o rumo a desesperança, 
a cultivar a espera em mim.

(JOANA CAJAZEIRO)

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