sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Poetas da descoberta


O menino caminhava no fundo do oceano
Lá onde a luz não se encontra
Abrigo da escuridão e dos sedimentos milenares
O menino vasculhava restos do passado no mar
Foi andando adiante, fronte a produtos químicos
Inanimados, em um passado antigo e remoto
Onde Máquinas e biomoléculas formavam membranas
Células se compunham com êxito, e comungavam
Por algum fio existencial desconhecido
O menino desenhava complexidades
Auto-organizadas a produzir proteínas
E a vida trabalhava sem descanso
Construindo cálculos de probabilidades zero
Modelando as possibilidades do acaso e o que é nulo
O menino era guiado pela possibilidade
A possibilidade fazia o menino descobrir
Descobriu tanto e chegou a fundir sua cuca em poesia
E resolveu imaginar, este mundo foi feito por poetas
Pois o mistério, o enigma e a esfinge não servem aos céticos
E suas certezas ...
A linha tênue da enteléquia, fez o menino transmutar,
a Ciência em Poesia. Os cientistas poetas do horizonte
E das descobertas. Não podem carregar o medo de errar
Render ao sopro desejo de se entregar, e ao suspiro dos olhos
abrir!


(José Tamuya)

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