O menino
caminhava no fundo do oceano
Lá onde
a luz não se encontra
Abrigo
da escuridão e dos sedimentos milenares
O menino
vasculhava restos do passado no mar
Foi andando
adiante, fronte a produtos químicos
Inanimados,
em um passado antigo e remoto
Onde
Máquinas e biomoléculas formavam membranas
Células
se compunham com êxito, e comungavam
Por algum
fio existencial desconhecido
O menino
desenhava complexidades
Auto-organizadas
a produzir proteínas
E a
vida trabalhava sem descanso
Construindo
cálculos de probabilidades zero
Modelando
as possibilidades do acaso e o que é nulo
O menino
era guiado pela possibilidade
A possibilidade
fazia o menino descobrir
Descobriu
tanto e chegou a fundir sua cuca em poesia
E resolveu
imaginar, este mundo foi feito por poetas
Pois
o mistério, o enigma e a esfinge não servem aos céticos
E suas
certezas ...
A linha
tênue da enteléquia, fez o menino transmutar,
a Ciência
em Poesia. Os cientistas poetas do horizonte
E das
descobertas. Não podem carregar o medo de errar
Render
ao sopro desejo de se entregar, e ao suspiro dos olhos
abrir!
(José
Tamuya)
Nenhum comentário:
Postar um comentário