Estes
calos que minhas mãos comportam
Mal cabem
nos calos de meu ventre,
São seus
os olhos; enxergam meus calos?
São tantos
os calos, calas
- calada
à caminhar.
Por um
trilho calejado
Cansado
o peito, Só
Transborda
em qualquer direção.
Nunca
tive dom pra cético
Andei
desprovida de certezas.
A vida
sempre pediu algo mais
Implorei
certas vezes aconchego
(Com
medo de calada caminhar.)
Só,
caminhar...
Por um
horizonte de descobertas.
Os calados
que constroem de tudo
- que
se doam e se doem -
Mal (re)conhecem
eles seus calos,
Poucos
ouvem o silêncio dos calos
E caminham...
calejados do caminhar.
Eu caminho
desprovida de armaduras
Acredito
nesta armadilha,
Quantas
minas escondidas por estas terras?
(De água
e de fogo; de vida e de morte; de pão e de fome!)
É sobre
o perigo que caminhamos
Pisando
nos calos do mundo.
Os calos
das pedras, os calos das aves, os calos das árvores,
Calos
da terra que machucam e que margeiam
(Ferida
viva, vira casca grossa.)
Em silêncio
escuto a pedra a cair no fundo do poço,
Nas batidas
do meu coração que ponteia
(des)compassado
E sinto
o cheiro das flores que plantei e
Me
rodeiam. Cercadas de calas.
E ouço
baixinho, o resmungar esperançoso
O
soluço de todos os castros.
(Maria
de Fadas)
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