O meu
derradeiro poema ainda não foi escrito
Nem falado,
nem largado nem ouvido
Cuspido,
mascado; atrevido poema.
Quando
assinei o contrato deixei de existir
(Socialmente
tomo gotas de cicuta dia a dia.)
Meus
sentidos estão cheios. Sentido sem sentimento.
Como
são vazios os que estão cheios
Meus
olhares estão viciados. Meus ouvidos surdos.
Meu tato
sem gosto. Meu cheiro sem sorriso.
Meu eu
é uma carroça cheia ferragens
Estou
enferrujado para um olhar de criança.
Acomodado
nesta mesmice
Esfacelado
pelo primata em mim
Que acredita
ser deus!
(José
Tamuya)
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