segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Conta de mim

 

Tempo saudoso tenho quando saudade descansar, sob sombra de candeia

Um mineiro aprumado em boteco, pernas cruzadas, palheiro na mão,

[Cachacinha ao lado (o copo no chão); sem demonstrar qualquer saudade do Tempo.]

- De longe os olhos negam até mesmo preocupação. Coisa boba, miúda

Minas dos passos lentos, calmaria, receptiva e calorosa candura.

A pressa estampada em movimentos

Os ponteiros parados, o relógio desajuizado levado pelo vento feito pluma

Perpetuar aqui, pendurar as chuteiras, ao pé da copaíba,

          [enfeitada de cores folhas novas renovadas, e mergulhar nas cachoeiras]

E suas cristalinas geladas. Anoite anotar o céu, qual formato da lua,

Variante, dia a dia. Assistir ao horizonte no topo da serra, pôr do sol

Com o peito que pulsa dentro deste mineiro (des)herdado que vós fala

Reboliço desta mistura brasileira, Minh ‘alma mineira,

Agora quem toma conta de mim

 

(Iberê Martí)

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