O vento, leve, ventava
Trazia ou
levava a esperança
Ouro é a
pedra preciosa
Inútil como
quase tudo necessário aos humanos,
Fardos
carregados de superficialidades e estereótipos, aparentes
Vento,
leve, ventava
Levando o Ouro
em pó dos garimpeiros
Separados
por um planeta pequeno e brilhante, Mercúrio
Servindo as
manias dos egos e mentes, passivas
“Lavando a
mula” no igarapé ou na zona da urbanidade
Vente,
leve, ventava
Lavando as
marcas que o tempo deixou
As
cicatrizes, balas de doce, enfeitadas
nas paredes
Novo oeste
brasileiro de pedras inglesas
Savana
agonizando os sonhos em troncos tortuosos
Vento,
leve, ventava
Ninhos e
redemoinhos errantes
Querer
nessa terra ácida de intriga
Semear
Abacaxi sem espinhos
Estaquear
Cajus livres de nódoa
Cultivar
olhos sem medo de brilhos
Vento,
leve, ventava
Vento:
volta, devolva que levou
Atrás da
montanha que esconde o metal,
Afiado e
cortante: condutor de “ignorãnças”
Há energia
e vida, e as cantigas do Jacamim
Vento,
leve, ventava
Um suspiro:
ainda há arado de fogo e estrada de machado,
Na mão
calejada e no peito onde germina o
“legume”
No Seu
Pernambuco se planta água; aqui se cria esperança
Histórias
de um povo que enfeita os seus mais audaciosos delírios
Vento,
leve, ventava
Na árvore
de borracha brasiliensis
Sementes explodem
e saltam- desafiando a gravidade?
Redimensionando
as probabilidades das impossibilidades
Pintando de
amarelo as paisagens de schizolobium
amazonicum
(Iberê
Martí)
Nenhum comentário:
Postar um comentário