quinta-feira, 13 de setembro de 2012





O vento, leve, ventava
Trazia ou levava a esperança
Ouro é a pedra preciosa
Inútil como quase tudo necessário aos humanos,
Fardos carregados de superficialidades e estereótipos, aparentes

Vento, leve, ventava
Levando o Ouro em pó dos garimpeiros
Separados por um planeta pequeno e brilhante, Mercúrio
Servindo as manias dos egos e mentes, passivas
“Lavando a mula” no igarapé ou na zona da urbanidade

Vente, leve, ventava
Lavando as marcas que o tempo deixou
As cicatrizes,  balas de doce, enfeitadas nas paredes
Novo oeste brasileiro de pedras inglesas
Savana agonizando os sonhos em troncos tortuosos


Vento, leve, ventava
Ninhos e redemoinhos errantes
Querer nessa terra ácida de intriga
Semear Abacaxi sem espinhos
Estaquear Cajus livres de nódoa
Cultivar olhos sem medo de brilhos

Vento, leve, ventava
Vento: volta, devolva que levou
Atrás da montanha que esconde o metal,
Afiado e cortante: condutor de “ignorãnças”
Há energia e vida, e as cantigas do Jacamim

Vento, leve, ventava
Um suspiro: ainda há arado de fogo e estrada de machado,
Na mão calejada  e no peito onde germina o “legume”
No Seu Pernambuco se planta água; aqui se cria esperança
Histórias de um povo que enfeita os seus mais audaciosos delírios

Vento, leve, ventava
Na árvore de borracha brasiliensis
Sementes explodem e saltam- desafiando a gravidade?
Redimensionando as probabilidades das impossibilidades
Pintando de amarelo as paisagens de schizolobium amazonicum

(Iberê Martí)

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