quarta-feira, 19 de março de 2014

Jongo


 


Na briga de enxada

Camponês trabalha e canta

Brilham os olhos da amada

O patrão, incomodado, se levanta

Ferramentas batem no ar,

E encontram se compassadas.


O sertanejo trabalha,

com o seu coração

Tem o que puxa a cantiga

E não deixa parado ...

Mas ele que anima

Pra dar seguimento ao roçado


Este é o jongo de roça,

ritmo que semeia plantação

Esse é o jogo do campesinato

Esta é a dança do sertão

Ao som do caxambu,

Faz a tarefa em mutirão


Os navios negreiros,

Não sangraram a alegria

Deste povo festeiro

Que no eito faz e ri

Festa, festa, trabalha e dança

Em um ritmo coletivo


Não tem suor neste pleito,

Que não seja por companheiros

Tenho muito despeito,
por quem trabalha e não canta ...

e deixa a vida sem jeito.

Garganta é o percursor, o sujeito


Que agora chamam de Samba!

(Iberê Martí)

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