Não
sou árvore de viajante, nem tenho raízes
Não
planto estrelas. Viajo margeando cometas
As
vezes cometo delitos, cavaleiro andante
Cavalheiro
parado. A dama que me ama,
Se
me entendesse em partes, me amaria?
Quanto
amor desperdiçado, por brandos corações
Serpentes,
estrelas, donzelas... alucinadas.
Só
guardo água em peneiras. Não tenho posse.
Não
faço pose. O tempo me esquece, em cada esquina
Sou
sem juízo. Não tenho graal, nem carrego doutrinas
Sou
livre aos avessos por ser. E as vezes sem querer,
Perdido
me encontro. Como um tonto, embriago na rua
Minha
casa é a lua, minha mãe e meu pai, minha face lavada.
Meu
irmão eu perfaço no lixo. Sou graxa, sem graça
Lubrifico-me
quando te amolo. Lima, laranja.
Tive
uma granja quando criança. Vendi ovos pra caridade
Criei
abelhas pra roubar mel. Fui nativo. Tive um fecha.
Meu
cabelo cheio de mechas. Loiras castanhas.
Agora
me acho um tanto sabido. Sou atrevido
Não
tenho vontades. Sou um fidalgo diplomado.
Um
mal amado. Um mal lavado. Um mal e meio
Um
mal centeio. Um mal a menos. Um mal só, há mais ....
(Iberê
Martí)
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