Na
primeira vez que fiz alguém chorar,
Pouco
sabia eu de posses no deserto.
Percebi
posse em outros olhos,
Sempre
aquela imagem de fundo
(Ilusão
de ótica de vasto efeito)
Uma
sombra, uma árvore, uma corda
Usurpando
imagem, reflexo no espelho.
Nunca
mais adentrei olhos de ninguém
Anos
e anos buscando alguma vaidade,
Que
caiba em qualquer pedante.
Fui
bem longe, fugi do mundo, das pessoas
Esqueci
tudo no local que perdi o meu ego.
Abandonado,
fui e fiz meu melhor amigo,
um
reles andarilho que me confidenciou:
“Em
algum sorriso descompassado, nos passos incertos, olhos incompreensíveis, na
alegria radiante, no sonho inocente, no sotaque certeiro, na vastidão da
palavra, no conforto da utopia, no contraponto expoente... Na certeza no
amanhã, nas silabas apagadas, na surpresa no improviso, na retidão dos conceitos,
na arquitetura na sombra da árvore, e sua forma confrontando o tempo... observa
o vácuo da (des)pretensão, foi lá que esconderam a pureza. Ela ainda anda por
ai, em algum lugar, caminhando feito vento sobre as águas!”
(Iberê
Martí)
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