Tenho
uma infindável saudade dos livros,
que
não li.
Sinto
uma imensurável candura pelos amores,
que
não conheci
Rogo
uma estima infinita pelas sementes,
que
não plantei
Rego
os fungos que tomam conta dos frutos,
que não colhi
Aguardo
ansioso o âmago do futuro,
que
não escolhi
Tenho
bem mais que palavras presas na garganta,
[agarradas
se gastam entre sentidos e sentimentos]
Entretanto
não devolvo, nem em sonhos devolutos,
minha
inocência.
Prezo
bem mais as lembranças do Interior,
de
minha infância... em minha mata
Quando
ia catar fruto no cerrado, pescar lambari no rio
(E
se deparava com onça, cobra, tamanduá, lobo-guará)
Ia
eu e minhas amizades gratuitas,
Construídas
ao acaso no futebol
A
gente cortava varjão de bicicleta
Rio
a gente atravessava de canoa
E se
escondia pra “roubar” a ceva de dona raimunda
Mesmo
com bornal carregado de peixe
(A
gente tinha um sorriso pra peraltagem)
Todo
aquele Sertão era meu,
Era
seu, era nosso... “usucapio”, em
latim
Terra
não se prendia em registro de cartório
(Quem
era o dono, do Abandono?)
Estas
memórias guardei em um baú,
e
lancei as chaves no mar.
Mas
o Araguaia é rio?
Eu
já não sou mais menino!
(Iberê Martí)
(Iberê Martí)
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