Silencio.....
Vivo da esperança de me fazer alma completa,
repleta das poesias do mundo,
que jorram feito água manante,
dos poucos olhos que vêem com o espírito...
Os olhares do mundo se perderam,
Vivo da esperança de me fazer alma completa,
repleta das poesias do mundo,
que jorram feito água manante,
dos poucos olhos que vêem com o espírito...
Os olhares do mundo se perderam,
andam
vagantes pelo planeta,
são olhares que brotam do corpo,
e impedem a alma de ver... sentir...
Sem sentir o mundo,
os olhos apenas olham...sem ver...
Os sentidos e sentimentos se esvairam...
Tudo que é feito, é repetição programada do viver disparado pelo relógio...
Falta tato, olfato, música, amor...
As pessoas vagam como zumbis,
mortos pelas infelicidades dos dias,
fruto de
não verem sentimentos, apenas matéria...
Vê-se a concretude abstrata de algo que não existe...
A efemeridade da vida se instala precoce...
Hoje, já se nasce morto,
E o durar da vida só se propaga em morte...
Nos desumanizamos...somos máquinas do aparente.
Aparentamos a vida que não temos,
espelhamos a vida falta em nós...
E no fim, somos nada... apenas o vazio de algo que não existiu... e não existirá.
(JOANA CAJAZEIRO)
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