sábado, 23 de novembro de 2013

CEGUEIRA


Silencio.....
Vivo da esperança de me fazer alma completa,
repleta das poesias do mundo,
que jorram feito água manante,
dos poucos olhos que vêem com o espírito...

Os olhares do mundo se perderam,

andam vagantes pelo planeta,


são olhares que brotam do corpo,
e impedem a alma de ver... sentir...

Sem sentir o mundo,
os olhos apenas olham...sem ver...
Os sentidos e sentimentos se esvairam...
Tudo que é feito, é repetição programada do viver disparado pelo relógio...

Falta tato, olfato, música, amor...
As pessoas vagam como zumbis,
mortos pelas infelicidades dos dias,

fruto de não verem sentimentos, apenas matéria...



Vê-se a concretude abstrata de algo que não existe...
A efemeridade da vida se instala precoce...
Hoje, já se nasce morto,
E o durar da vida só se propaga em morte...

Nos desumanizamos...somos máquinas do aparente.
Aparentamos a vida que não temos,
espelhamos a vida falta em nós...
E no fim, somos nada... apenas o vazio de algo que não existiu... e não existirá.

(JOANA CAJAZEIRO)

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