segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O Cético


O cético caminha sob o Universo
Caminha o cético com seu olhar
O seu olho vaidoso enxerga a verdade
A Verdade é o que constituí o cético
Ele acredita ser o dono da Razão
Mesmo assim age como em um Estado clínico
Tem atestado na testa que sempre vencerá o embate
Luta com todas as forças sabe se lá contra o que? Ou quem...
[e que seus passos são marcas de pés e de dedos]
A pegada do cético conhece tudo de muita coisa
O cético é irônico por natureza
Ao ponto ardido de misturar sua avareza
Ávido e pálido (suas palavras) o cético vence todas as batalhas
O cético nunca teme uma mortalha
Acredita o cético conhecer os fatos
Farto fica enfadado quando os fatos nada mais que histórias
Contadas e contaminadas boca a boca.
O cético caminha a descontruir argumentos e,
vangloriar seus elementos (novos e velhos)
O cético ignora o passado com seu ar superior
Afronta o presente com sua lógica surreal idealista
Desconhece o futuro, nunca se enxergou lá
Caminha, caminha....
Até que um dia encontra o poeta
E o olhar do poeta perante ao mundo incomoda ao cético
Pensa ele (o cético) um afronta a sua inteligência
Pois o cético é o rei superior da suprema pirâmide destes tempos
Logo o cético um incapaz de aceitar, ousar entender a razão do outro
O cético que não separa uma virgula, uma pergunta, um contraponto
De uma afronta descabida sem cabimento
Constrói o cético um mundo melhor?
Ou apenas “blasfêmia” mais do mesmo, oh cético
Como caberia no horizonte de sua viseira a ciência e poesia?
Sendo a Utopia o que está ali ao nosso alcance
Basta o mero esforço de querer alcançar
E sentir o prazer na inútil inutilidade de toda Certa, Certeza
O mundo cabe na exata medida do cético
O poeta é que não é deste mundinho...

Minguá o cético, nasce o “profeta”
Míope o cético, Livre o Poeta!


(Iberê Martí)

Nenhum comentário:

Postar um comentário