O cético
caminha sob o Universo
Caminha
o cético com seu olhar
O
seu olho vaidoso enxerga a verdade
A Verdade
é o que constituí o cético
Ele acredita
ser o dono da Razão
Mesmo
assim age como em um Estado clínico
Tem atestado
na testa que sempre vencerá o embate
Luta
com todas as forças sabe se lá contra o que? Ou quem...
[e que
seus passos são marcas de pés e de dedos]
A
pegada do cético conhece tudo de muita coisa
O cético
é irônico por natureza
Ao ponto
ardido de misturar sua avareza
Ávido
e pálido (suas palavras) o cético vence todas as batalhas
O cético
nunca teme uma mortalha
Acredita
o cético conhecer os fatos
Farto
fica enfadado quando os fatos nada mais que histórias
Contadas
e contaminadas boca a boca.
O cético
caminha a descontruir argumentos e,
vangloriar
seus elementos (novos e velhos)
O
cético ignora o passado com seu ar superior
Afronta
o presente com sua lógica surreal idealista
Desconhece
o futuro, nunca se enxergou lá
Caminha,
caminha....
Até que
um dia encontra o poeta
E o
olhar do poeta perante ao mundo incomoda ao cético
Pensa
ele (o cético) um afronta a sua inteligência
Pois
o cético é o rei superior da suprema pirâmide destes tempos
Logo
o cético um incapaz de aceitar, ousar entender a razão do outro
O cético
que não separa uma virgula, uma pergunta, um contraponto
De uma
afronta descabida sem cabimento
Constrói
o cético um mundo melhor?
Ou apenas
“blasfêmia” mais do mesmo, oh cético
Como
caberia no horizonte de sua viseira a ciência e poesia?
Sendo
a Utopia o que está ali ao nosso alcance
Basta
o mero esforço de querer alcançar
E sentir
o prazer na inútil inutilidade de toda Certa, Certeza
O mundo
cabe na exata medida do cético
O poeta
é que não é deste mundinho...
Minguá
o cético, nasce o “profeta”
Míope
o cético, Livre o Poeta!
(Iberê
Martí)
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