domingo, 10 de novembro de 2013

NOVOS RUMOS


E como em um sonho após longas horas de pesadelo,
vou me libertando aos poucos do que me fez forte,
vou reconhecendo os subterfúgios e os vou largando.
porque agora já sou capaz de resistir por mim mesma...

Saio do centro do espelho do meu mundo,
Ainda estou lá, não mais borrada,
não mais maquiada, não mais mascarada,
não mais somente eu, não mais eu sozinha...

Vejo no espelho o mundo atrás de minha imagem,
E também ao lado, e na frente, e junto...
Sigo agora com esse mundo, que sempre foi meu,
mas que antes se restringia a mim...

A caminhada do abandono não foi fácil,
Não foi reta, não foi simples, não foi certa,
Nela me achei e me perdi diversas vezes,
Nela não só sofri abandono, como me abandonei.

Aos poucos soergo, ainda cambaleante e frágil,
ainda aos cuidados de sinceras amizades,
ainda sob grandes e profundos altos e baixos,
mas minhas pernas já são capazes de se firmar...

E no resgate de minha vida,
o que abandono agora são as superficialidades,
a crença que a felicidade vem de fora,
a crença que o amor vem do outro...

Em meu mundo já não almejo mais riqueza,
não quero luxos, ostentação e só beleza.
Quero carinhos, afetos, palavras sinceras,
boa prosa, boas leituras, boa gente, calma e natureza.

(JOANA CAJAZEIRO)

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