sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Sonhei


Sonhei que era um Só
Que o mundo era mal
As pessoas egoístas
Portas estariam fechadas
O prazer seria amargo
Engodo seria um vício
As vísceras entupidas
Veias contaminadas
Planeta terra um hospício

Sonhei que tudo seria pra sempre
Que nada seria diferente
A mudança impossível
O medo invencível
Batalhas bastilhas inglórias
Derrota eterna, sem vitória
Olhos estariam tapados
Que amor era calculado
E o destino estava escrito

Sonhei como quase um pesadelo
Conheci a dança e a infância
Temi os poetas e as utopias
Sangrei o calor destempero dos dias
Senti o frio e a solidão
Perdi o peito e o coração
Fiz minha boca túmulo de silêncio
Pisoteei as lágrimas da inocência
Guerreiro abatido pedindo clemência

Sonhei, sonhei tanto e não resisti
Entreguei ao viver e o que é de direito
Abracei amigos com todo respeito
Encontrei nos olhos a pura esperança
Naveguei por sorrisos
E já não mais resisti
O que se espera da Vida
Temida ainda está por vir
O trilho da história busca o Belo e o Bom

Sonhei como pássaro sem asas
Acordei como um jovem
Que conhece o pecado
Vaguei por ruas e becos
No escuro e no deserto
Ao meu lado os amigos por perto
Pratiquei Palavras
Atitudes desmedidas
Saltei do sonho...

Sonhei com o Novo
E acreditei na Esperança
Muito além da poesia
A Vida também é uma Dança
Eterna e repleta de Saudades
Sem benefícios ou vaidades
Cantei pra estrelas
Declamei e exclamei pro infinito
Pra que o universo ouvisse meu grito

Nunca deixarei de Lutar
A medida do Sonho é o que será
A medida da Utopia é quando!?
Será...


(Iberê Martí)

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