Sonhei
que era um Só
Que o
mundo era mal
As pessoas
egoístas
Portas
estariam fechadas
O prazer
seria amargo
Engodo
seria um vício
As vísceras
entupidas
Veias
contaminadas
Planeta
terra um hospício
Sonhei
que tudo seria pra sempre
Que nada
seria diferente
A mudança
impossível
O medo
invencível
Batalhas
bastilhas inglórias
Derrota
eterna, sem vitória
Olhos
estariam tapados
Que amor
era calculado
E o
destino estava escrito
Sonhei
como quase um pesadelo
Conheci
a dança e a infância
Temi
os poetas e as utopias
Sangrei
o calor destempero dos dias
Senti
o frio e a solidão
Perdi
o peito e o coração
Fiz minha
boca túmulo de silêncio
Pisoteei
as lágrimas da inocência
Guerreiro
abatido pedindo clemência
Sonhei,
sonhei tanto e não resisti
Entreguei
ao viver e o que é de direito
Abracei
amigos com todo respeito
Encontrei
nos olhos a pura esperança
Naveguei
por sorrisos
E já
não mais resisti
O que
se espera da Vida
Temida
ainda está por vir
O trilho
da história busca o Belo e o Bom
Sonhei
como pássaro sem asas
Acordei
como um jovem
Que conhece
o pecado
Vaguei
por ruas e becos
No escuro
e no deserto
Ao
meu lado os amigos por perto
Pratiquei
Palavras
Atitudes
desmedidas
Saltei
do sonho...
Sonhei
com o Novo
E acreditei
na Esperança
Muito
além da poesia
A Vida
também é uma Dança
Eterna
e repleta de Saudades
Sem benefícios
ou vaidades
Cantei
pra estrelas
Declamei
e exclamei pro infinito
Pra que
o universo ouvisse meu grito
Nunca
deixarei de Lutar
A medida
do Sonho é o que será
A medida
da Utopia é quando!?
Será...
(Iberê
Martí)
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