quinta-feira, 8 de maio de 2014

Flor Poente


 

O poeta nasceu triste

Nasceu torto, esquecido

Um inválido, desvalido...

Mas quanto tu chega,

Meu coração se despeja

 

O poeta nasceu largado

Nasceu porto, caravela

Um desmerecido, favela...

Mas quando tu sorri,

Meu coração quer se abrir

 

O poeta nasceu esquecido

Nasceu foz, correnteza

Fonte de incertezas...

Mas quando tu fala,

Meu coração dispara

 

O poeta nasceu no Abandono

Nasceu livre, prisioneiro

Um líder sem guerrilheiros...

Mas quando teu beijo,

Meu coração faz lampejo

 

O poeta nasceu solidão

Nasceu pó, barro, mar

Um coração pra navegar...

Mas quando tu relicário,

Meu coração solitário

 

O poeta nasceu pássaro

Nasceu ninho, canto

Asas voo e espanto...

Mas tu meu é contraponto,

Eu um poeta em pranto

 

(Iberê Martí)

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