terça-feira, 27 de maio de 2014

Volta, Andarilho!



Andarilho, que andava por aí
Onde está você, você sumiu

Não me diga que está sentado num sofá
Assistindo TV, com preguiça de andar
Andarilho, onde você está
Dormia em postos de gasolina
Em marquises, praças, qualquer lugar
Com seus passos calmos
Rodava o mundo inteiro
Andava de janeiro a janeiro
E quando se cansava,
Achava uma cachoeira pra repousar
Ou descansava num rio a beira mar
Andarilho, saudades do brilho
Que você carregava no olhar
Saudade da tua coragem
De sair, por aí, sem muita bagagem
Só o espírito de caminhar
Onde está você, andarilho
Você pode se perder por aí
Só não pode se perder dentro de mim
Saia, com seus cabelos desgrenhados
Suas roupas rasgadas, violão pendurado
Sua mochila nas costas, suas botas
E seus passos rumo ao nada
A cada cidade, cada estado, cada estrada
Rumo ao escuro, muro, duro, futuro
Rumo ao misterioso deus-dará
Andarilho, só não pare de andar

 
(Stéphano Diniz)

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